Leitura e natureza é a receita de sucesso da RioTeca, que promove um espaço saudável de convivência na Zona Norte do Recife
Reportagem para o jornal A Voz da Favela de novembro de 2019
Uma mistura de Rio com convivência humana. Essa é a proposta da RioTeca, um espaço que existe há 12 anos na Vila Santa Luzia, comunidade do bairro da Torre, Zona Norte do Recife. O local abriga uma pequena biblioteca construída com sobras de madeira, telhas, mesas e cadeiras escolares. Além de um acervo de livros disponível para toda a comunidade, há também uma pracinha para o divertimento da criançada.
A iniciativa é do marceneiro Claudemir Amaro da Silva, que repensou o espaço onde está localizada a RioTeca desde que chegou ao Recife, vindo do interior. Ao se instalar na região, começou a observar o entorno e resolveu ocupar a área plantando árvores, instalando bancos e mesas. “A minha vontade era que essa área fosse usada com outra finalidade, não somente moradia”, afirma Claudemir. Hoje, a RioTeca é referência para a comunidade da Vila Santa Luzia e arredores.
Moradora da comunidade, Ana Elisabete, 52 anos, comenta a importância da RioTeca para a vida do seu filho. “Ele gosta de estudar na biblioteca porque me diz que o local é agradável e silencioso”. Entretanto, parece que o poder público municipal não compreendeu função do espaço. Em maio deste ano, a Secretaria do Meio Ambiente de Recife notificou Claudemir, obrigando-o a desocupar a área sob a acusação de “agressão” ao meio ambiente. A situação foi revertida por meio da articulação entre a comunidade local e o Centro Popular de Direitos Humanos (CPDH), grupo de advocacia popular que deu apoio jurídico à RioTeca.
Interessados em conhecer a iniciativa de Claudemir é só chegar à Ciclovia República da Argélia, na Vila Santa Luzia. A RioTeca ainda conta com uma agenda aberta para realização de eventos. “Quem quiser marcar para fazer festa de aniversário ou outra comemoração pode vir. Só me comunicar pra eu agendar o dia”, informa Claudemir. Além de atividades, a RioTeca também recebe colaborações de livros, brinquedos e mesmo mão de obra voluntária para a manutenção deste espaço de preservação e convivência à beira do Rio Capibaribe.
Com a colaboração de Edivaldo Silva.
