“Rotina”, uma poesia atemporal

Crédito: Reprodução internet.

Mais um dia, mais uma luta. Quem vive nas nossas vielas sabe como é acordar ao despertar do barulho de helicópteros sobrevoando nossas casas. Quando acontece, você sabe que é quase certo o tiroteio e todo aquele drama que há anos nós passamos. Até quando essa falta de direitos? Até quando abuso do poder? Trago em forma de poesia uma reflexão minha sobre essa situação que por acaso aconteceu há dois dias na minha comunidade, Jacarezinho.

Rotina
“Bom dia,

Mais uma manhã se inicia,

O sol no céu e a polícia na periferia.

Helicópteros sobrevoando e as crianças pra escola caminhando.

Seis da manhã vocês não querem nem saber

O que pode acontecer? Só Deus pode saber.

Na prece de cada um “que eu não seja mais uma vítima, amém”,

A culpa é do governo que não enxerga o que há além,

Há amor e luta, sobreviver aqui é maior loucura.

O bandido vende seus bagulhos pelas de cem, mas os políticos lá do Plenário lucram também.

A TV ensina que somos maus: as pessoas de cor, os gays, os favelados etc e tal.

Não nos querem nas praias, não nos querem na Zona Sul,

Mas se eu der calote, chego até em Istambul.

Polícia, pare de nos matar porque é moda! Na hora cês não pensam, mas tudo que vai, volta.

Polícia do Estado é o veneno. Por que fazem isso com a gente? Não compreendo.

Tô cansado, tô exausto de ser tratado desigual por ser favelado.

As pessoas daqui não merecem seu respeito? Tô cansado de ignorarem nossos direitos.

Parem de nos matar, eu imploro, só queremos respirar!”

 

Por: Bruno Odacham.

 

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