Os prédios e casarões históricos de Teresina – PI parecem chorosos, apagados diante dos olhos da população que passa apressadamente, temendo o inimigo que os olhos não veem, mas que o corpo pode sentir. Antes, havia brilho nos olhos da população que, transitando entre os prédios, parava para registrar o momento e o charme da faixada clássica de um prédio antigo. Hoje em dia o medo do vírus, da doença, de precisar de um hospital, apressa os passos e encurta a visão dos passantes. Ainda sim, a beleza que dá vida à cidade permanece lá.
Igreja de São Benedito
Existe vida nos prédios antigos e na arquitetura de cada construção que esconde a história latente da cidade. Mesmo com todo o triste cenário pandêmico, Teresina ainda conta sua história; assim como outros lugares, com belezas que permanecem ali à espera de admiradores. Um destes pontos é a imponente igreja de São Benedito, um dos símbolos de fé da capital.
Desgastada pelo tempo, ela sobrevive seguindo a tradição de muitas cidades do interior do Piauí, onde crescem circundando uma igreja. Com todas as suas portas tombadas, a construção fica disposta no centro, no início de uma das maiores avenidas de Teresina, com Frei Serafim abençoando toda a cidade.
Theatro 4 de Setembro
Localizado na Praça Pedro II, o Theatro 4 de Setembro conta sua história artística há mais de 100 anos, tendo sido palco de inúmeros artistas regionais. Recebe em sua casa atrações nacionais e internacionais, entre elas peças teatrais, espetáculos de dança e shows musicais. Sua fachada é inspirada em referencias arquitetônicas portuguesa e romana.
O Theatro 4 de Setembro oferece um espaço com capacidade atual de 500 lugares, se destacando como a maior casa de espetáculos do Piauí, que conta com recursos de som e iluminação próprios para apresentações teatral – adulto e infantil, de dança e de humor.
Atualmente os artistas que se apresentavam no 4 de Setembro e outros teatros, estão em suas casas, o palco virou as plataformas das redes sociais, um meio encontrado para que não parem de transmitir suas artes e suas mensagens.
Mesmo sem a conexão da troca de energia física entre artista e público, a arte tem sido uma válvula de escape durante esse tempo pandêmico, se provando como alento inclusive aos próprios artistas, que se desdobram ao terem que se adaptar aos meios virtuais para gerar ao público a reflexão, a alegria, o riso, e a informação.
Complexo Cultural Club dos Diários
Não distante dali, situado atrás do Theatro 4 de Setembro, está o Complexo Cultural Club dos Diários.
Salão de grandes bailes de elite nas noites de Teresina, tanto nos anos 70/80/90, como nos tempos atuais, onde os artistas realizavam o chamado Baile de Carnaval dos Artistas. O Complexo Cultural Club dos Diários é formado pelo Teatro Torquato Neto, Espaço Cultural Osório Junior e a Galeria, que juntos compõe um espaço próprio para receber diversas exposições, exibições de filmes, solenidades, lançamentos de livros, shows musicais, dentre outras manifestações culturais.
Museu de Teresina
Adentrando um pouco mais ao centro de Teresina, não seria possível citar elementos tão fortes de cultura e arquitetura da cidade, sem citar o próprio museu.
O casarão provincial permanece firme e forte guardando histórias em suas paredes e seu interior. O prédio e funcionários tristes lamentam a falta de visitas, de populares, estudantes e visitantes de outras cidades. Devido os cuidados que a situação exige, já é sabido que evitar a circulação social é uma das medidas de eficácia para tentar reduzir a disseminação do vírus.
E assim como outros prédios e patrimônios elementares de Teresina, como o Palácio de Karnac, a Igreja do amparo, o centro de artesanato, casa da cultura, metrô, quartel, entre outros, todos parecem combinar de passar a mesma memória em seu feitio. A criação de cada prédio utilizou mais de um elemento de referência, mais de um estilo arquitetônico para trazer ainda mais beleza decorativa às construções.
É esperado que esse momento passe logo, e que seja possível voltar a transitar no centro de Teresina, visitar todos esses lugares, ir à igreja, ao Theatro 4 de Setembro para assistir um bom espetáculo, que as pessoas possam se abraçar e encontrar o sorriso umas das outras. “Viver é a liberdade de interpretar”, então que haja respeito à vida sempre e à liberdade que todos querem ter de volta.
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