Fundador da WeSpeak fala sobre benefícios e desafios no aprendizado do Inglês

Fundador e turma de alunos e professores da WeSpeak
WeSpeak é uma startup de educação, com a missão de ajudar a população negra e periférica a aprender Inglês
Fundador e turma de alunos e professores da WeSpeak

Após ver sua realidade se transformar devido a fluência no inglês, o analista de negócios, Vinícius Batista, 23 anos, decidiu criar a WeSpeak, um negócio que nasceu em 2016 com a missão de ajudar a população negra e periférica a aprender Inglês. Através da startup, já foram mais de 500 jovens negros impactados. E atualmente, a cada dois estudantes pagantes um é beneficiado com bolsa gratuita. 

O jovem empreendedor, criado no Calabar, periferia de Salvador contou sobre os benefícios e os desafios no aprendizado do inglês em conversa com ANF, confira:

ANF: Como foi possível, para você, sendo de periferia, construir uma relação com o inglês? 

Vinícius Batista: Através de um programa da Embaixada dos EUA que beneficiava alunos de escolas públicas. Chamado Access. Em sequência, continuei ganhando bolsas da Acbeu para garantir o alcance da fluência no idioma.

A partir dessa oportunidade, comecei a trabalhar numa multinacional logo como um dos primeiros trabalhos, por saber Inglês. Mesmo em cargos que não exigiam conhecimento na língua Inglesa, sempre tive destaque por ter acesso a isso. Trabalho atualmente em uma grande empresa de São Paulo, em Consultoria Estratégica, cuja carreira é restrita para quem fala Inglês. Participei de diversos programas nacionais e internacionais devido ao domínio do Inglês. Construí uma rede abrangente no Brasil e em vários outros países.

Posso consumir conteúdo de altíssima qualidade de qualquer país (artigos, filmes, livros, podcasts) e consigo empreender, usando o ensino de Inglês como um produto.

ANF: Como você avalia o acesso ao ensino de línguas para quem vem da periferia?

Vinícius Batista: Baixíssimo. As ofertas de oportunidades de baixo custo ou gratuitas são muito poucas e além disso, apoios complementares que permitem que a população se mantenha com um aprendizado de qualidade são quase inexistentes, como uma remuneração ou acompanhamento de curto e médio prazo. 

Me indigno com o tanto de oportunidades que ficam apenas nas mãos de pessoas que vêm de famílias de classe média e alta. Uma das habilidades que são tolhidas da população de classe menos favorecida é a qualidade da educação. Por isso, muitas oportunidades de remuneração alta, de bolsas para estudar fora etc são perdidas. Ensinar Inglês gratuitamente é uma forma de disrupção desse sistema.

ANF: De qual forma você avalia que a falta do domínio do idioma prejudica na formação profissional e em outras áreas da vida? 

Vinícius Batista: Você pode ter uma remuneração até 83% maior, por saber Inglês, de acordo com a BBC. Além disso, pode acessar oportunidades de intercâmbio e consumir conteúdos de fora do país. Falta representatividade da periferia em altos cargos, em programas internacionais e aprender Inglês com certeza levaria muita gente da periferia para esses lugares.

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