A favela do Jacarezinho, na Zona Norte de Rio de Janeiro, neste ano de 2021, especificamente no primeiro semestre foi marcada por uma chacina em decorrência de uma operação policial, que ganhou destaque na grande mídia, apresentando um cenário de violência intenso na pandemia.
E quando a mesma favela apresenta seu plano de combate à fome e apoio aos familiares das vitimas da Chacina do Jacarezinho o cenário midiático é outro, porém a comunicação comunitária, lideranças e coletivos de favela deram seu recado neste evento nomeado de “Encontro de combate à fome e à miséria com movimentos negros e de favelas” realizado na quadra da Unidos do Jacarezinho na manhã de sábado 23 de Outubro.
Dentre as inúmeras violações aos Direitos Humanos em que as favelas cariocas enfrentam a fome e a miséria permanecem como um grande desafio, que ameaçam o futuro da “Cidade Maravilhosa”.
O inicio do evento mostrou o protagonismo dos moradores locais, no qual uma roda de conversa com as mães e companheiras das vitimas se acolheram em apoio mutuo trouxeram suas narrativas de dor, angustia e medo que permeiam seu cotidiano.
Em seguida uma mesa com representantes de movimentos sociais, presidentes de Associações de Moradores de várias regiões do Rio de Janeiro, organizações da sociedade civil, coletivos sócio culturais, movimentos sócio educacionais e representantes políticos apresentaram suas falas solidárias no combate a fome, a miséria e a violência, no qual o empobrecimento da população vulnerável multiplicou se absurdamente.
Buba Aguiar, Raul Santiago, Jota Marques, Joel Luiz, Dani Monteiro e Wesley Teixeira foram alguns dos jovens destaques, que compuseram a mesa e trouxeram um discurso muito oportuno sobre a resistência das favelas, que se uniram no combate a fome e a violência durante o período mais critico da Pandemia.
Mônica Cunha, mais uma vez mostrou que a representatividade da mulher em meio ao luto e o caos não se calam! Tainá de Paula, Rumba Gabriel, Leninha do MNU, Benedita da Silva, Marcelo Freixo, Talíria Petrone, Pastor Henrique Silveira, Renata Souza entre outros discursaram sobre o futuro do Rio de Janeiro no enfrentamento as violações dos Direitos Humanos.
Movimentos culturais e de empreendedorismo sustentável oriundos de periferias e favelas como o FLISGO – Festival Literário de São Gonçalo representado por Alberto Rodrigues e a DiCelly Tour representada por Edimara Celi fizeram parte do publico presente, que atuam na linha frente contra fome em São Gonçalo – Niterói e no Catiri Bangu. O geógrafo Henrique Silveira, coordenador da Casa Fluminense e morador da Baixada Fluminense ressaltou, que o evento foi muito importante, para potencializar as iniciativas de enfrentamento à fome e à miséria nas favelas.
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