Encontro de Mídias Independentes reúne diversos coletivos no Recife

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29 de janeiro de 2024

Em alusão aos 23 anos da Agência de Notícias das Favelas- ANF e do Caranguejo Uça, diversos coletivos de comunicação de Recife e Região Metropolitana se reuniram no último sábado, 27, na Ilha de Deus, numa celebração denominada de Encontro de Mídias Independentes.

O encontro organizado pela Agência de Notícias das Favelas e o Caranguejo Uça aconteceu na sede da Associação Comunitária Caranguejo Uça e contou com a presença de representantes da sociedade civil em diversas categorias (coletivos de mulheres, Religião de Matriz Africana, Povos Originários, Quilombolas, Agricultura Familiar, movimento negro, entre outros), que reforçaram o interesse atuar de forma coletiva pela Democratização da Comunicação.

O Mapa de Mídia Independente e Popular de Pernambuco irá contribuir financeiramente para viabilizar a logística de alguns encontros/formação

Pautas apresentadas no encontro

Dividido em dois turnos, o encontro teve seu primeiro momento, no período da manhã, houve uma rodada de apresentação dos coletivos, partilhando suas experiências, vivências e desafios no fazer a comunicação comunitária dentro das favelas e ou espaços sociais (templos religiosos, colégios, associações…), sem apoio principalmente dos órgãos públicos.

Na troca de ideias surgiu a discussão sobre o tema: “Diversidade etária na comunicação” e outras propostas, como:

1) Formações

• Como montar uma rádio comunitária? Melhorar a forma de se comunicar com a comunidade de modo simples e acessível para todos (independente da idade)?

• Cuidado com a linguagem usada durante as formações e encontros. Evitar a linguagem mais técnica e acadêmica.

• Fazer encontros periódicos. Mensais: indo em cada território de cada coletivo e produzir uma matéria para tornar público as ações, a partir da publicação da ANF. Trimestrais: no Caranguejo Uçá, para alinhamentos e revisão das formações e metas coletivas.

• Fazer formações em módulos para que unir forças entre os coletivos e realizá-las, incluindo a pauta sobre a gestão de resíduos sólidos, a partir da experiência no carnaval deste ano.

• Captação de recursos a partir de editais para executar as formações, incluindo representantes da economia solidária.

• Redigir um documento sobre os incômodos da mídia independente em relação às propostas do Governo Federal e viabilizar a presença do Presidente Lula para um debate.

2) Como captar recursos?

• Criando uma rede de apoio com as pessoas dos coletivos do EMI que tem a habilidade de escrita e os interessados em adquirir.

• Se mantendo atentos aos editais para submeter um projeto grande que envolva todos os coletivos do EMI ou vários pequenos projetos.

• Uma formação para escrita de projetos, organização de documentação (CNPJ e afins), compreender como funcionam as instituições guarda-chuva e as ementas parlamentares.

• Trazer figuras políticas para o debate do EMI. A partir da agenda política e com o argumento de uma coletiva de impressa independente, propor debates com políticos. (Talvez esperar o EMI estar mais estruturado e com projetos organizados para apresentar aos políticos convidados?)

• Conhecermos mais a rede de coletivos, pois assim será possível sabermos a qual recorrer de acordo com a necessidade do projeto.

• Dialogar diretamente com os financiadores (Gestão Pública e Empresas)

A partir das demandas apresentadas, foram estabelecidas algumas diretrizes de trabalho para o fortalecimento dos coletivos no pontos estratégicos dos territórios, como também ampliar as ações para o aglomerado de mídias, com os alguns encaminhamentos.

Formações continuadas, com oficinas, encontros e intercâmbios, direcionando as pautas para a elaboração de projetos visando a qualificação dos coletivos para captação de recursos com focos na democratização da comunicação e defesa dos direitos humanos. Essa primeira ação prática coletivamente já terá início no dia 02 de março.

Como atividade formativa e construtiva, haverá uma cobertura do carnaval focada na presença dos artistas independentes e periféricos dentro da programação estabelecida pela gestão pública, com objetivo de mostrar se há e como se dá os espaços culturais para esses atores sociais.

Outra iniciativa com cunho de fortalecimento é a criação de uma comissão para acompanhar e compartilhar os editais que atendam aos propósitos do coletivos de comunicação.

A convocação de parlamentares para debates, rodas de conversas e ou audiências, também será uma das ações do plano de trabalho que será realizada ao longo do ano, aproveitando o termômetro do período eleitoral, centrado no acompanhamento de projetos que apresentem as favelas como parte de políticas públicas.

Um documento conjunto apresentando as demandas da comunicação comunitária para o Governo Federal será encaminhado com a anuência dos coletivos presentes nesse primeiro encontro.