Desafios da alfabetização e o papel do educador comunitário

Desafios da alfabetização e o papel do educador comunitário
Crédito: Lucas Feitoza

Pesquisas mostram que pretos, pardos e indígenas são maioria na exclusão escolar 

O Dia Mundial da Alfabetização é comemorado em 8 de setembro. A data foi declarada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) em 1967. Porém, os dados sobre a educação no Brasil, nos dias atuais, são alarmantes.

O Cenário da Exclusão Escolar no Brasil (2021), estudo realizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Ações Comunitárias – CENPEC, concluiu que pretas (os) pardas(os) e indígenas em 2019 eram 781.577 ou 71,3% dos jovens fora da escola. 

No fim do ano letivo de 2020, 5.075.294 crianças e adolescentes de seis a 17 anos estavam fora da escola ou sem atividades escolares. Os maiores números são das regiões Norte e Nordeste, na faixa etária dos seis a dez anos e que vivem em áreas rurais.

Diante dessa situação, conversamos com especialistas no assunto, como a professora Flávia Candido, de 39 anos, que trabalha em pré-vestibulares comunitários nas  favelas do Jacarezinho e na Vila Cruzeiro, na cidade do Rio de Janeiro. A educadora nos disse que a educação popular é fundamental, e falou também sobre os desafios do ensino remoto. 

“O educador comunitário teve que se reinventar para dar aulas onde a internet é precária. É difícil, mas temos que fazer o aluno ficar motivado e não desistir”, afirmou a professora comunitária.

Para a cientista social e doutora em engenharia de produção, Rejane Prevot, os métodos de alfabetização que têm sido utilizados não aproximam a criança da sua realidade. Rejane  contou ao A Voz da Favela que, muitas vezes, a criança tem que lidar com obstáculos familiares e de origem social, como a violência, por exemplo. E nesse contexto, considera que o educador comunitário exerce um papel fundamental para a alfabetização não só de crianças, mas também de adultos.

“É preciso mais do que o “ABC” e as figurinhas de hoje em dia. As crianças não têm uma sala de informática, uma biblioteca onde possam ler um livro. Nessa pandemia, minha maior preocupação foi a falta de aula e de estrutura. As nossas crianças poderiam ser mais lembradas”, lamentou Eliana Santos, 28 anos, mãe de dois filhos, moradora da favela da Maré.

Matéria publicada originalmente no jornal A Voz da Favela edição (setembro/2021)

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