Comunicadores e autoridades participam de abertura do ELACC

Créditos: Bárbara Dias / Fotoguerrilha

Foi dada a largada hoje, 06, para o I Encontro Latino Americano de Comunicação Comunitária – ELACC. O Centro de Artes da Universidade Federal Fluminense – UFF, em Niterói, recebeu representantes da cultura, da política e da comunicação comunitária, que discutiram a importância da mídia democrática e a necessidade de dar espaço a quem não tem voz.

Créditos: Bárbara Dias / Fotoguerrilha
Créditos: Bárbara Dias / Fotoguerrilha

Marcaram presença o secretário de cultura de Niterói Marcos Gomes, o presidente da Fundação de Artes de Niterói-FAN André Diniz, deputado federal Chico D’ Angelo (PT/RJ), o vereador e presidente da Comissão de Cultura da Câmara do Vereadores de Niterói Leonardo Giordano (PCdoB), o coordenador geral de Comunicação da Prefeitura de Niterói Fernando Stern, o diretor do Núcleo de Produção Digital-NPD Guilherme Ornellas, o diretor do Teatro do Centro de Artes da UFF Robson Leitão e o diretor e fundador da Agência de Notícias das Favelas André Fernandes. O encontro foi mediado pelo diretor do Teatro Popular Oscar Niemeyer Alexandre Santini.

O documentário Eu só quero é ser feliz – uma breve história do funk carioca, de André Fernandes, abriu o evento. A seguir, os convidados explicaram sua ligação com a comunicação comunitária e suas ideias para fazê-la se tornar mais presente na sociedade. Robson Leitão demonstrou a importância do evento para manter ativa a voz que muitas vezes não é escutada. “É um evento que traz a voz de baixo para cima”, explica.

Créditos: Bárbara Dias / Fotoguerrilha
Créditos: Bárbara Dias / Fotoguerrilha

Em uma discussão voltada para a extinção do monopólio da comunicação e pela valorização da comunicação livre, Leonardo Giordano afirma que os espaços onde a comunicação acontece não são neutros e que os dias de hoje deixam mais clara a percepção de um grande monopólio de ideias, circulação de notícias e da construção da narrativa. “Se as condições democráticas estivessem estabelecidas, não seria ‘palavrão’ falar sobre o debate livre para criar regras na comunicação em benefício da sociedade”, completa. Marcos Gomes fez coro: “Não há democracia sem respeito a diversidade e pluralidade. É muito importante que a gente se informe a partir de todos os tipos de experiência”.

 

Cultura indígena é destaque

A comunicação comunitária indígena também ganhou destaque na abertura do evento. Renata Machado, representante da Rádio Iandê, a primeira webrádio indígena do Brasil, levou para os presentes um resumo da sua busca pela liberdade total da comunicação. “É muito importante quando a gente encontra pessoas em um espaço político que estão dispostas a nos olhar com respeito. Temos uma história abafada e que as pessoas não imaginam que ela esteja mais viva do que se imagina”, disse.

Diante de uma plateia que incluía mais de 40 representantes da comunicação comunitária indígena, Renata Machado lembrou que o maior benefício é dar voz a quem não tem esse direito nas mídias tradicionais. “Comunicação comunitária é a gente pegar esse microfone e transformá-lo em uma arma e disparar nossas palavras como balas”, resumiu emocionada.