Viradouro conta a saga das ‘Ganhadeiras’, descendentes de mulheres escravizadas

Escola de Niterói mostra um Brasil profundo ao contar a história das ‘ganhadeiras’ no interior da Bahia Foto: Caio Ferraz/ANF

Com o refrão “Ó, mãe! Ensaboa, mãe! Ensaboa pra depois quarar”, a Unidos do Viradouro, de Niterói, segunda escola da noite, contagiou o público na Marquês de Sapucaí ao contar uma história que se passa na Bahia com bastante africanidade. Trata-se das ‘Ganhadeiras’ de Itapuã, que são lavadeiras descendentes de mulheres que foram escravizadas e lutaram contra a opressão.

Através do enredo “Viradouro de alma lavada” concebido pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcisio Zanon, a agremiação também reforçou o conceito de empoderamento feminino além de ter mostrado as chagas de um país desigual e como a fé de matriz africana é um alento nas dificuldades diárias, um meio de conexão com algo superior à nossa compreensão. Isto foi explícito em uma apresentação dedicada a Oxum, que no sincretismo religioso é Nossa Senhora da Conceição.

Com esta apresentação de ‘lavar a alma’, não seria exagero afirmar que a Viradouro – vice-campeã em 2019 – brigará pelo título máximo do carnaval carioca deste ano, com grandes chances de repetir o sucesso de 1997, quando sagrou-se campeã com o lendário carnavalesco Joãsinho Trinta (1933-2011).

 

*Fotografias: Caio Ferraz | ANF – Em caso de uso, o crédito é obrigatório

Assista os bastidores com a equipe da ANF na Sapucaí

Acompanhe a bateria da Viradouro, que já está na passarela do samba.#ANFnoCarnaval2020 #carnavalrj #comunicaçãocomunitária #vamosmudaromundo #ANF #carnaval2020#sapucaí #grupoespecial #viradouro

Posted by ANF – Agência de Notícias das Favelas on Sunday, February 23, 2020

Para quem quiser saber mais sobre as ‘Ganhadeiras’ de Itapuã, pode assistir ao documentário feito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).