Santa Cruz: empreendedores usam criatividade para superar a crise na capital baiana

Exposição no Fir -XI Fórum Internacional RedEAmérica.- Crédito: Arquivo pessoal.

Pesquisa “Panorama de Negócios Digitais Brasil 2020”, realizada pela HeroSpark, revelou que 54% dos empreendedores digitais iniciaram seus negócios há menos de 1 ano, sendo que  23% do total começaram há menos de 3 meses, indicando que o empreendedorismo está em crescimento.

Também existem comerciantes que não puderam investir em tecnologias para readequarem ao período de crise sanitária e garantir presença virtual com objetivo de acelerar a venda de seus respectivos produtos, por isso, recorrem a estratégias de negociação na rua, domicílio, shoppings e feiras.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o profissional em situação de informalidade que deseja se registrar como Microempreendedor Individual deve consultar a lista oficial da categoria onde aparecem as opções das ocupações permitidas.

A partir do registro, o empreendedor (a) passa a ter o direito a afastamento remunerado por problema de saúde, auxílio-maternidade, aposentadoria, ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e outros benefícios.

Conheça profissionais que sobrevivem da arte popular

Gilton Gomes da Silva, 45 anos, artista plástico, morador da Santa Cruz, barro periférico de Salvador, desenvolve oficinas de artes para jovens em escolas da comunidade, produz e ornamenta blocos carnavalescos no Nordeste de Amaralina, a exemplo do Bloco Você Bebeu!.

No currículo dele ainda há registro de participações em exposições de suas obras artísticas em Shoppings Center e do XI Fórum Internacional RedEAmérica – a contribuição da diversidade para a promoção de comunidades sustentáveis. Para contratação de algum serviço, Gilton Gomes, atende no telefone (71) 98601-2963.

Ornamentação do Bloco carnavalesco com a Máscara da Cultura Africana. Foto: Arquivo pessoal de Gilton.

Para o portal Santander, “criatividade é a capacidade de criar e transformar. Quem é criativo consegue formular teorias, inventar produtos, produzir conteúdos engajadores, encontrar soluções diferenciadas e elaborar ações que cativam o público”.

Segundo Sr. Antônio Carlos Cerqueira, 53 anos, morador há 48 anos no bairro da Santa Cruz, informou que a partir da rede de colaboradores das cidades de Santo Antônio de Jesus, Nazaré das Farinhas e Mutuípe tem acesso às palhas de samambaias e coqueiros, principais matérias-primas para a produção de balaio, caxixi, caxirola, fruteira, berço para criança, roupeiro, cestas para café da manhã e outros.

Produção artística a partir de palhas de samambaias e coqueiros, Rua 11 de Novembro, Santa Cruz. Foto: Ubiraci Santos.

Conforme o Dicionário Tupy Guarani, Samambaia (sama-mbae) significa “o que torce, sendo esta é um tipo de planta que não produz sementes”. Já o coqueiro diz respeito à palmeira que produz fruto comestível.

“A depender do movimento de pessoas na rua, eu coloco meus produtos à venda na Ceasa do Rio Vermelho, aos domingos na Feira do Nordeste de Amaralina, mais fico mais tempo aqui na Santa Cruz. Os preços das mercadorias variam entre R$ 12,00 a R$ 70,00”, explica Sr. Antônio Carlos, que conta com o apoio da filha Renata para articular suas vendas, e atende as demandas através do telefone (75) 98819-0729.

A sapataria de Valter Nunes, 46 anos, atende moradores da comunidade, profissionais como médicos e advogados de outras localidades. O preço cobrado ao cliente varia entre R$ 4,00 a R$ 30,00 com entrega no prazo de 48 horas. Valter se declara Microempreendedor Individual, desde 1994 e faz sua propaganda falando do serviço que oferece.

Sapataria do Valter localizado no final de linha de ônibus da Santa Cruz. Foto: Ubiraci Santos/ANF

“Exerço a profissão de sapateiro, prestando serviço de conserto de sapatos, costura e colocação de palmilha, tampa fixa. Também realizo serviços de troca de cadarços, engraxate, salto e sola, além de reparos em bolsas, fivelas, malas, casacos, jaquetas, mochilas e cintos. Para ajudar nas despesas de aluguel, consumo de água e luz, vendo carteiras, mochicas, sapatos e chuteiras”. O telefone da Sapataria do Valter é (71) 98258-2719.

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