Samba

Imagem: Reprodução internet

Dia 2 de fevereiro, adó-iyá,

Da Bahia ao Rio de Janeiro,

E no Brasil inteiro, vamos todos

Para o mar para saudar Yemanjá!

E no dia 2 de dezembro, tem sim,

Batuque na cozinha, no fundo do quintal, nas quadras, nos terreiros, tem uma grande reunião

De bambas para comemorar o

Dia Nacional do Samba!

Ritmo trazido pelos negros que

Vieram escravizados da África,

foi ele o primeiro fugir e escapar

Da senzala.

Correu para alto do morro e lá se criou, não teve quem resistisse,

Se apaixonasse, e não sambasse.

Bravo, senhor bravo, vamos formar nossa roda, firma nosso ponto no terreiro, que o Samba chegou!

Pelo Telefone de Donga e Mauro de Almeida, foi o primeiro Samba a ser registrado. Nasceu no terreiro de candomblé de Tia Ciata, e até hoje nas rodas ele é cantado.

Aquela primeira gravação foi só um singelo recado dado pelos sambistas, após mais uma perseguição da polícia.

Sem saberem no que a tal ousadia daria, e o que os aconteceria, se sucesso fariam, a todos eles mostraram que iriam lutar e resistir até o fim. Que o Samba poderia até mesmo agonizar, mas não iria morrer e jamais acabar.

Desceu para o asfalto trazendo consigo vários nomes consagrados. Como Pixinguinha, Nelson do Cavaquinho, Noel Rosas, Cartola, Nelson Sargento, Moreira da Silva e Monarco.

Ficou conhecido e reconhecido nos quatro cantos do mundo. Na pista, encanta a todos com o gingado do malandro e o charme da passista.

Quem não se arrepia com o som do tambor, do surdo, com o ronco da cuíca, com o barulho do reco-reco e do pandeiro?

Quem é que não se arrepia com o

Som do ritmo que nasceu na cidade

Do Rio de Janeiro?

E por falar no Rio, parafraseando

o mestre Martinho da Vila,

Cidade Maravilhosa, terra de bamba, da boemia, onde todo mundo curti, todo mundo bebe e todo mundo samba.

Cidade onde “malandro é malandro

e mané é mané.

Aqui, “quem não gosta de samba,

bom sujeito não é. Ou é ruim da cabeça ou doente do pé”.

Ah, mestre Bezerra da Silva. Ah, grandioso mestre Dorival Caymmi.

Cantaram o samba como ninguém.

Usaram suas vozes para enaltecer

cada vez mais o ritmo, dando-lhe

destaque nessa grande vitrine.

Conquistando novos sambistas também.

Samba de terreiro, de quadra, do Fundo de Quintal. Samba da passarela em época de carnaval.

Samba de Neguinho, de Reinaldo, Almir Guineto, Beth Carvalho, Leci Brandão, Jovelina, Dona Ivone Lara, de Alcione, Arlindo Cruz e de Zeca Pagodinho.

“Eu sou o samba,

a voz do morro sou eu mesmo sim senhor” …

Assim contou Zé Keti, o ritmo que

resistiu ao racismo e ao preconceito,

que leva alegria, que fala de dor e exalta o amor.

Samba, sinônimo de insistência, persistência e de resistência.

Samba que agoniza, mas não morre,

pois, em algum lugar do Brasil tem sempre uma roda formada por sambistas, que logo o socorrem.

Pagode, Bossa Nova, Samba de Breque, Samba de Enredo, Samba-Canção, Samba de Roda.

E muito mais, pois não para por aí não. O gênero que surgiu com os negros dentro das senzalas, cresceu e se dividiu, ganhando novos ritmos. Samba-Funk, Samba-Rock, Samba-Corrido.

Batido na caixa de fósforos ou na palma da mão, ninguém resiste a um samba bom.

E assim termino, citando mais uma vez o mestre Bezerra, eu digo;

“Se não fosse o Samba, quem sabe, muitos cidadãos brasileiros não seriam do bicho”.

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Carla Regina
Sou estudante do último período da faculdade de Jornalismo, gosto muito de ler e de escrever. Me acho simpática, pelo menos é o que me dizem as pessoas quando me conhecem, mas creio que eu seja sim, pois adoro fazer novas amizades e conservar as antigas. Comunicativa, dinâmica e muito observadora, um tanto polêmica. Gosto muito de trabalhar em equipe, mas, dependendo da situação, a minha companhia para trabalhar também é ótima. Pois, na minha opinião, a solidão aguça a criatividade, fazendo com que a mente e os pensamentos fluam um pouco melhor. Comecei a trabalhar muito nova, ainda quando criança e já fiz muita coisa na vida, mas meu sonho sempre foi ser Jornalista e Historiadora, cheguei a ter muitas dúvidas de qual faculdade cursar primeiro, já que para mim as duas carreiras são maravilhosas. Então, resolvi entrar primeiro para o Jornalismo e no decorrer do curso percebi que cursar a faculdade de História não era só uma paixão, mas também uma necessidade para linha de jornalismo que que pretendo seguir. Como sou muito observadora e curiosa, as duas profissões têm muito a ver com minha pessoa. Amo escrever e de saber como tudo no mundo começou, até porque. tudo e todos tem um passado, tem uma história para ser contada.