A favela de papel

Ricardo Rodrigues, artista plástico. Imagem: Tiago Nascimento.

Ricardo Rodrigues, 36 anos, multi-artista, está com a exposição Favelando. Com técnicas desenvolvidas pelo próprio artista, ele cria esculturas de papel junto com crianças que participam de sua oficina e, assim, são montadas as favelas de papel.

A exposição Favelando já está na sua terceira edição. A primeira foi no Castelinho do Flamengo e a segunda em grande estilo no Centro Cultural Leila Diniz, em Niterói, e agora em Botafogo, na Galeria de Cultura Djanira, Av. Carlos Peixoto 54, em frente ao Shopping Rio Sul, de segunda à sexta, de 8h às 17h 30.

Cria do Morro do Vidigal e morador do Cerro-Corá, Ricardo Rodrigues é um artista completo, com obras em diferentes linguagens que compõe a exposição.

Em entrevista exclusiva para a ANF, abre seu coração e fala de sua exposição.

-Eu falo do dia-a-dia da favela, falo do lado bom da favela, sem violência. Mostrando a favela, mas pelo lado que eu acho legal. A exposição Favelando apresenta quadros tematicamente favelados e uma escultura feita de papel que representa a favela feitas por crianças do Cerro-Corá e de Sepetiba. Sempre me alegro muito com a capacidade de construção das crianças, sempre me surpreende! Eu brinco com isso desde criança. Nos anos 80 era bem difícil de ter um brinquedo, então, eu inventava e dava o meu jeito para brincar. Daí eu cresci, continuo criança, e tento passar isso de forma construtiva para as crianças, que elas não precisam de um brinquedo eletrônico para ser feliz. Dá para brincar de muitas outras formas, além de um joguinho de aplicativo – relata o artista.

Ricardo faz questão de mostrar orgulhoso sua família que o sempre apoiou. Da esquerda pra direita. Em pé: Regina Policarpo (irmã) Mariana Fernandes, Letícia Matos (sobrinha), Rose Rodrigues (irmã), Antônia Rodrigues (mãe) e Francisco Rodrigues (pai). Abaixados: O artista com o filho Francisco Rodrigues no colo e ao lado da companheira Bianca Wild e do sobrinho Natan Fernandes.