Recife registrou 620 mortes por arma de fogo em seis meses de quarentena

O Ceará foi o destaque negativo, com um aumento de 81% nas mortes- Foto Marcílio Novaes

Entre março e setembro deste ano, 1.050 pessoas foram baleadas na Região Metropolitana do Recife, resultado de cinco tiroteios registrados por dia, totalizando 957 disparos de arma de fogo no primeiro semestre, com 620 pessoas mortas. Esses números representam um aumento de 62% se comparado com o primeiro semestre de 2019, quando foram registrados 573 tiroteios e 186 pessoas ficaram feridas.

Em 2019, durante o primeiro semestre. foram contabilizadas nove vítimas de balas perdidas. sendo que três pessoas morreram. Já em 2020, entre março e setembro, 32 pessoas foram feridas com quatro mortes confirmadas. As vítimas de balas perdidas são pessoas que não estavam envolvidas com os fatos que aconteceram os disparos.

Perfis das vítimas

Das 1.050 pessoas baleadas, 58 tinham entre 12 e 18 anos, e 34 morreram. Sete eram crianças menores 12 anos e uma morreu. Entre as vítimas, sete idosos foram atingidos e quatro vieram a óbito.

Foram confirmadas 70 mulheres baleadas, sendo que 31 morreram. Entre os homens, 976 foram vítimas e 588 morreram.

Sete das vítimas baleadas são agentes de segurança, desses quatro morreram. Em 2019, foram oito agentes tinham sido baleados, três morreram.

Quatro vendedores ambulantes e dois motoristas de aplicativo foram baleados.

Houve seis casos com três ou mais civis mortos em uma mesma situação, deixando 17 mortos no total. No dia 9 de agosto, cinco pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas em uma chacina em Ipojuca.

Municípios que registraram aumento de casos
  • Recife 359 registros
  • Jaboatão dos Guararapes 151
  • Olinda 92
  • Cabo de Santo Agostinho 86

Bairros mais atingidos pelos tiroteios

  • Coelhos, no Recife, com 21 registro
  • Muribeca, Jaboatão dos Guararapes, 17 casos
  • Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho e Cohab, Recife, com 16 vítimas

As informações foram apuradas pelo laboratório de dados, “Fogo Cruzado”, no período de março a setembro. Os registros dos casos de violência armada são checados através dos veículos de imprensa, policiais e civis.