Que país é esse? Perguntar não ofende

“Nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado, ninguém respeita a constituição, mas todos acreditam no futuro da nação”. Legião Urbana.

Uma população instruída pode incomodar em muito seus governantes, talvez por isso o ensino público não é valorizado como merece por estes “representantes” do povo.
Quando educadores têm suas imagens expostas na sociedade com a intenção nítida de desvalorização da profissão e são condicionados a exercerem seu ofício em escolas que não oferecem condições mínimas para acolher os que delas necessitam, a população fica refém daqueles que tentam de toda maneira privar os cidadãos do direito fundamental que é a educação pública de qualidade, tal prática é nutrida por uma bancada que busca a todo custo mercantilizar o ensino.

Essa é uma tentativa de sucateamento do sistema público educacional, onde o acesso é dificultado para que parte da sociedade não adquira conhecimento e por tabela fique impotente a espera do pacote pronto, sem o estímulo e provocações para a reflexão e questionamentos, com a tentativa de incutir uma sensação de que tendo armas nas mãos da sociedade civil irá resolver problemas estruturais que são acometidos desde quando os livros foram saqueados pelos algozes que estimulam a discórdia, divisão e matança entre pessoas de modo estratégico ao longo dos tempos em toda sociedade, principalmente dentro de um sistema político, onde os que estão para representar o povo, se apossam de tal representatividade para agir em interesse próprio, trazendo benefícios em forma de migalhas para aqueles que os elegeram, tornando-se meros receptores e passivos.

Tal prática se mantém nos dias atuais, com várias maneiras de emburrecer as pessoas,  entre elas com notícias falsas, por aqueles que conseguem perceber que o poder não compartilhado é um trunfo diante duma sociedade que padece intelectualmente, sendo manipulada, uma massa de manobra.
Infelizmente estamos todos na lama, com poucas chances de sairmos ilesos dessa tragédia, frente ao descaso dos poderes (legislativo, executivo e judiciário) que incita uma inércia social, de difícil reação. A menos que haja um despertar, indignação, mobilização, revolução para fazer jus o poder que é inerente ao povo, pois já sabemos onde as armas letais estarão e as balas perdidas já têm endereços certos, então que a educação possa ser a ferramenta de transformação desta triste realidade que insiste em nos atormentar.

Precisamos de educação, não de armas, tão pouco de lama que nos tire a fé.
A vida humana não tem preço e não VALE tudo por uns cifrões qualquer.

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Paulo de Almeida Filho
Jornalista, Especialista em Comunicação Comunitária, Mestre em Gestão da Educação, Tecnologias e Redes Sociais - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Editor da Agência de Notícias das Favelas. Pesquisador do CRDH- Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Professor de Pós Graduação, em Comunicação e Diversidade, na Escola Baiana de Comunicação. Assessor da REDE MIDICOM- Rede das Mídias Comunitárias de Salvador. Membro do Grupo de Pesquisa TIPEMSE - Tecnologias, Inovação Pedagógicas e Mobilização Social pela Educação. Articulado Comunitário do Coletivo de Comunicação Bairro da Paz News. Membro da Frente Baiana pela Democratização da Comunicação. Integrante do Fórum de Saúde das Periferias da Bahia. Membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito- Núcleo Bahia. Integrante da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores Coordenador Social do Conselho de Moradores do Bairro da Paz, EduComunicador e Consultor em Mídias Periféricas.