Projeto fotográfico destaca beleza dos moradores das favelas mineiras

Imagem do Projeto Favela, a flor que se aglomera de Rafael Freire.
Primeiro autorretrato do fotógrafo Rafael Freire, de Belo Horizonte (MG)

Fotógrafo, professor de fotografia, palestrante, poeta e produtor de marketing digital. Essas são as ocupações de Rafael Freire, 30 anos, morador do Aglomerado da Serra, a maior favela de Minas Gerais. Mas a sua maior paixão é fazer ensaios fotográficos valorizando personagens periféricos.

“É todo um processo de empoderamento. De se reconhecer como negro. De reconhecer a beleza, de mostrar, de exibir, sabe?”, disse o fotógrafo. Rafael aprendeu o ofício sozinho, aos 15 anos, após passar por um período triste em sua vida.

Resgatou sua autoestima e motivou o mesmo nos moradores das periferias através dos ensaios fotográficos. Ele conta que a inspiração para o nome do projeto veio através de uma leitura, através da qual descobriu que favela é uma flor.

Poema desperta: flores amarelas são necessárias

Ao ler o poema A Noite, da autora Jenifer Kailaine, de 10 anos, no qual ela procurava por flores amarelas na favela, não teve dúvidas: “Entendi ali o meu propósito e decidi criar o projeto Favela, a Flor que se Aglomera”, relembra.

Crianças do Aglomerado da Serra, maior favela mineira. FOTO: Rafael Freire

Ao perceber que a tal flor realmente não era encontrada nos morros, ele começou a plantar mudas de flores amarelas por toda a vila, pela serra, nas montanhas e passou a usar esses espaços como estúdio para captar as imagens do Aglomerado da Serra e seus habitantes.

“Quando percebi, estava cheio de flores e resolvi fazer fotos lá… fiz tanta foto de gente que nunca imaginou isso”, comentou o fotógrafo, ao revelar que nunca tinha contado aos seus modelos que ele plantava as flores amarelas onde as imagens eram realizadas.

Hoje, Rafael é conhecido como o menino das flores e realiza diversos projetos sociais como voluntário nas periferias de todo o país, buscando reconhecimento pelo trabalho. “Fotografar com outras lentes e não a do racismo, o RF que eu carrego comigo”, explica, ao associar as iniciais do seu nome à ideia de resistir, fortalecer e florescer.

Objetivo do projeto é resgatar autoestima. FOTO: Rafael Freire

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Erlaine Grace
A paixão por escrever veio quando aprendi a ler meu nome e peguei num lápis pela primeira vez. A necessidade de registrar tudo em palavras existe muito antes de eu aprender no Jornalismo e em Letras , quais são os gêneros textuais e como são os formatos de cada texto. Atuei como Assessora de Comunicação na área cultural e trabalhei com o jornalismo impresso. Sou amante do rádio e aspirante da TV. No jornalismo on-line encontro a oportunidade de explorar todas as áreas da minha formação, agregando todos os formatos de mídia num só lugar. Para mim, a felicidade plena de um ser humano acontece quando ele tem a possibilidade de ser livre para ser o que nasceu pra ser, dando vida ao dom natural que cada um tem, e praticando o que vem da própria essência.