Proibição do STF a operações nas favelas reduziu em 74% mortes por policiais

Polícia em operação antes da proibição do Supremo - Foto da internet

Estatísticas divulgadas pela Rede Fluminense de Pesquisadores sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos, com base em coleta de dados do Instituto de Segurança Pública, apontam queda de 74% no número de mortes resultantes de intervenções policiais de maio para o mês passado: de 129 para 34. Para os que duvidam da eficácia da liminar concedida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, no começo de junho, proibindo operações nas favelas cariocas, inclusive com helicópteros, é um alento. Ainda assim, incursões violentas foram registrada no período, com a justificativa de “excepcionalidade” prevista na liminar ou resposta a ataques durante patrulhamento rotineiro.

Outros números do levantamento confirmam a redução geral dos registros, sem que tenha havido aumento da criminalidade: homicídios dolosos, caíram de 273 para 256, crimes violentos letais e intencionais, de 279 para 260, e roubo de carga, de 455 para 404 em junho. “A política de tiro na cabecinha não é solução para a segurança do Rio de Janeiro”, conclui em nota a Rede de Observatórios de Segurança, em referência à frase do governador do estado, Wilson Witzel, logo que tomou posse.

A Rede Fluminense de Pesquisadores sobre Violência, Segurança Pública e Direitos Humanos, que assina a nota, pontua que “as violentas operações policiais realizadas em favelas ao longo de mais de três décadas foram incapazes de proporcionar maior segurança aos habitantes fluminenses. Elas têm contribuído para a escalada de violência que coloca populações inteiras o sob fogo cruzado entre a violência do Estado e de grupos criminais armados. Não há missão policial legal e legítima que justifique expor pessoas ao risco de morte por arma de fogo no interior de suas próprias residências”.

De fato, as operações policiais e as mortes decorrentes delas apresentaram queda em março, início do isolamento, mas subiram em abril e maio, conforme mostrou o levantamento do Observatório da Segurança do RJ, ligado à Universidade Cândido Mendes. Relembre aqui