O Presente do Rei: O plebeu, a princesa e a guerreira

Uma história fantástica e, ao mesmo tempo, uma história real sobre os ambiciosos desejos humanos, somada a ideais revolucionários que só os sonhadores possuem. Uma narrativa bem densa, forte e sem cair na monotonia, traz todos os elementos mágicos e fantasiosos que compõem esse tipo de saga.

As descrições são riquíssimas nos detalhes sensoriais, destacadas no “Combate” e no “Grande confronto”, onde quase se “ouve” os sons dos seres, das lutas e dos gritos de pavor e, ainda, se “vê” o sangue derramado e os corpos destroçados. O enredo inicia-se em uma noite de Natal, que por si só, já é mágica e segue-se com outras tantas situações, igualmente, mágicas, dando assim, uma ideia de movimento frenético ao texto e aos fatos que se sucedem de forma a fazer o leitor perder o fôlego.

Marcus sai em busca de vida nova e encontra uma nova forma de ver a vida. E, assim, a mensagem que fica é sobre a relevância da essência da sabedoria humana, aliada ao amor, ao perdão, à natureza e à alegria de viver. Ele vê e mostra para seus ouvintes, o verdadeiro sentido da vida e isso, sim, é que pode ser considerado um “presente de rei’’.

Outro ponto a ser ressaltado, é o destaque dado a uma mulher, uma heroína, Lívia, que possui tanto uma força física (nunca vista nem respeitada nem aceita) quanto uma força espiritual. Isso é um reconhecimento e uma gratidão ao feminino presente, mas eternamente invisível aos olhos do mundo. Ela teve o poder da transformação em si, através de sua força e de sua espiritualidade.

Marcus teve ao seu lado, duas vertentes: o “Dom” concedido por Belchior e o amor que Lívia lhe despertou. E esses foram os portadores de suas duas riquezas: a externa e a interna, para que através dessas duas vivências, ele pudesse enxergar, que a verdadeira riqueza vem de dentro para fora e a partir disso, tornar-se um mestre visionário que irá transmitir essa “boa nova” aos que buscam se saciar com sua sabedoria.

Crédito: Regina Andrade, professora e escritora.

Capítulo 1- Noite de Natal

Numa pequena vila do grande Reino de Lam, havia um jovem, que era o mais velho de uma família muito pobre de cinco filhos. Era, também, o que mais trabalhava com seu pai, um carpinteiro. Em outros tempos já fora afamado na Corte e tinha uma vida de certo modo regalada.

Trabalhavam dia a noite, feriados e dias santos, porém, nada mudava. Era uma pobreza lacerante, uma miséria fechada, densa, viviam tateando algo para comer, ou melhor, para manterem-se de pé. Naquele instante Marcus (como o jovem se chamava) estava com o olhar perdido sobre um prato raso, que continha um liquido barrento, que fumegava:

─ Filho, tome logo sua sopa antes que esfrie… Se esfriar não vai ter como esquentar, pois a lenha está bem pouquinha… ─ falou uma voz fraca e terna.

─ Está bem mãe… ─ respondeu Marcus sorrindo num misto de carinho e tristeza.

O pai ouviu o pequeno diálogo de cabeça baixa e interveio com a sua voz cansada, meio lacrimosa, especialmente, por causa daquele momento:

─ Mariana, deixe o menino quieto!

─ Ela tem razão, pai…
Ele tomou toda a sopa em poucas colheradas. Seu rosto tornou-se sombrio de repente, mas, ao mesmo tempo, uma névoa de uma gélida melancolia tomou conta dos seus olhos juvenis. De súbito, levantou-se da mesa e disse olhando para o chão:

─ Mãe, pai… eu vou andar lá fora, para tomar um pouco de ar. Mas não vou demorar muito, porque amanhã tem muito trabalho para entregar… ─ e deu as costas saindo.

─ Filho… ─ balbuciou Mariana, parando ele no meio do caminho e fazendo-ovirar com o olhar brilhante, não dava para ver se era uma lágrima, que estava nascendo ou se era o contraste da luz das velas ─ Feliz Natal!…

Que a Bondade do Senhor te acompanhe para sempre… ─ continuou ela, mas falava com tanta ternura no coração e fé, que não parecia mais uma bênção de mãe e sim uma oração sincera ao Deus dos céus.

Um silêncio pesado pousou sobre os dois. Marcus foi até a mãe afagou os cabelos ruivos e maltratados e as suas mãos desceram lentamente para o rosto cansado, envelhecido, porém, ainda lindo e disse, fazendo o máximo de esforço, além do que conseguia, para ela não perceber nada:

─ Obrigado, mãe… Amém…

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