Ontem estive no Complexo do Alemão com o sociólogo Caio Ferraz. Meu objetivo era fazer algumas fotos para o banco de imagens que estamos montando na Agência de Notícias das Favelas. Bastou uma tarde para ter várias percepções, que logo podem ser reafirmadas por quem vive por lá. O teleférico é, para quem é de fora, uma inovação, principalmente pela linda visão não só das favelas mas de todo o Rio de Janeiro. A favela se organiza para receber os “turistas”, já que se tornou um dos lugares mais visitados da Cidade Maravilhosa. Apesar desse fluxo de visitantes que considero importante, já que aquece a economia local, o estado precisa atentar para alguns detalhes, não poucos, que precisam ser melhorados. A favela não precisa só de UPP e teleférico, a favela precisa de muito mais! Uma das necessidades básicas e imediatas é o saneamento, pois em alguns lugares é comum ver o esgoto descendo pelo meio da rua, como foi observado no evento CIRCULANDO, que aconteceu ontem, realizado por diversas organizações do Complexo. Aliás, pelo que temos observado, a CEDAE lidera as reclamações nas favelas. Além de terem reclamações diversas, a empresa não tem uma boa comunicação através de seu site, deixando a desejar até mesmo para os jornalistas que tentam falar com a empresa. No Santa Marta houve uma outra reclamação esse fim de semana apresentada por Thiago Firmino, nosso colaborador lá. A água sendo disperdiçada sem que a empresa se importe com o fato de milhares de litros estarem sendo jogados na vala. No jacarezinho a mesma coisa, o presidente da Associação de Moradores, também colaborador nosso, não cansa de reclamar do atendimento que a empresa dá para a favela, uma das maiores da cidade. Fica aqui, em nome dos moradores das favelas do Rio de Janeiro, nosso repúdio por tanto descaso e por um atendimento ao público e até mesmo para a imprensa tão ruim.
