O contraditório minuto de silêncio pelas vítimas do Covid-19 na festa de Réveillon

Festas de Réveillon no Rio terão minutos de silêncio pelas vítimas do Covid-19 - Foto: Rune_Landale/Thinkstock

Na manhã de hoje, 5, os moradores do Rio de Janeiro acordaram com a afirmação dada pelo prefeito Marcelo Crivella de que o não cancelado Réveillon carioca terá um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do Covid-19. Mesmo com a Riotur ter demonstrado a inviabilidade do evento acontecer, a prefeitura carioca insiste em o realizar.

A festa carioca terá novos padrões para evitar o contágio pelo coronavírus, os shows serão espalhados em diferentes pontos, solução que, segundo a prefeitura “em grupos menores, o controle seja maior por parte da fiscalização e também nos transportes públicos”. Regras e fiscalizações cumpridas e bem sucedidas, não é mesmo? Basta observar as últimas notícias de praias e bares lotados, pessoas sem máscaras e superlotação nos transportes públicos.

Abandonando um pouco do traço irônico da minha fala, a realização desse 1 minuto de silêncio é contraditório a decisão de realizar uma festa, mesmo que com números menores de pessoas nesses eventos. A cidade do Rio de Janeiro tem, até o momento, mais de 8 mil mortes confirmadas pelo novo coronavírus e mais de 72 mil casos confirmados. A realização desse minuto de silêncio não irá apagar o fato de que ele está sendo realizado em um evento que levará pessoas até ele. Pessoas essas que estarão em risco indo a esses shows.

Realizar esse minuto de silêncio para as vítimas e em respeito às famílias e homenagear os médicos que estão na luta nesta pandemia, não apagará o fato de que a prefeitura não quer deixar de realizar as comemorações do Réveillon. Que tipo de homenagem é essa? Que não cancela um evento que promoverá, mesmo que em menor escala, aglomeração de pessoas, colocando estas em risco de contaminação e contágio.