O cinema interativo que dá voz e visibilidade à favela

cinema interativo
Crédito: Instagram Projeta Rocinha

Comunicação Comunitária através do audiovisual minimiza os efeitos do isolamento social na pandemia

Há cerca de sete anos o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Souza, morador da Rocinha, ganhou repercussão nacional e a campanha Onde está o Amarildo mobilizou toda a favela, incluindo organizações de luta pelos Direitos Humanos e coletivos culturais.

Uma ação sociocultural, que deu voz e visibilidade ao caso Amarildo, foi o Projeta Rocinha, criado pelo morador e produtor cultural Maurício Fagundes, conhecido como Soca, que juntamente com a equipe da Casa de Cultura da Rocinha e a união entre moradores,  parceiros e técnicos do audiovisual possibilitou o uso de cinco projetores ao mesmo tempo, permitindo que  frases e imagens fossem exibidas no paredão da Pedra (uma das regiões mais altas da favela).

A interatividade foi intensa, os moradores se identificaram e dali nasceu, no coração da Rocinha, uma ação revolucionária de comunicação comunitária. 

Em 2019, o isolamento social causado pela pandemia despertou uma inquietação e novamente Soca Fagundes articulou o retorno do Projeta Rocinha, sendo que desta vez com uma pegada muito mais cultural e ativista no combate à Covid-19, disseminando informações sobre as medidas de saúde e higienização.

“O potencial da arte, cultura e ativismo de favela é de fato transformador! Famílias que estavam sem contato enviavam mensagem de carinho e força aos técnicos do Projeta Rocinha, que exibiam os recados solidários com muito respeito e empatia. E toda uma programação audiovisual cultural passou a ser exibida para mais de setenta mil moradores com objetivo de minimizar os efeitos da pandemia”, conta Soca.

O retorno das atividades presenciais será marcado com o evento Sarau da Independência, no dia 7 de setembro, que conta com a reabertura da Casa de Cultura da Rocinha com rodas de conversas com Adair Rocha (PUC-RJ), Rapper Shackal (Tropa da Solidariedade), Gracinha (Instituto Mulheres Em Evidência), Itamar (liderança do Morro Santa Marta) e Luanda Moraes (Reitora Negra da UEZO).  O mediador será o Álvaro (liderança do Morro Chapéu Mangueira e Instituto Oscar Niemeyer – Edição 1 do Programa Atividade na Laje) e o anfitrião Soca Fagundes da Casa de Cultura da Rocinha.

Matéria publicada originalmente no jornal A Voz da Favela edição (setembro/2021)

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Monica Xavier
Empreendedora de Sonhos! Essa frase me define um pouco, Mônica "Combatente" Xavier é a mãe do Malcolm e da Aysha. Moradora de Vigário Geral - RJ, neta de nordestinos, filha de costureira, rapper, ativista social, formada em Gestão de Marketing, generalista em Direitos Humanos, comunicação, cinema, produção cultural e Mentora em Marketing Digital Sustentável (um conceito de marketing baseado nos 3 pilares da sustentabilidade , são eles: Social, cultural e ambiental. Logo a sustentabilidade significa sobrevivência e nossos valores aquilombados ancestrais nos potencializam em meios aos desafios dos ambientes hostis das periferias e favelas com objetivo de transformar mazelas em oportunidades propositivas). Atualmente estou no programa de empreendedorismo social D.A.M.A.S - Dedicadas A Movimentar Ações Sustentáveis. Sou voluntária do IDI, do PASES-RJ, AEFERJ e Diretora Executiva da Getsemani Produções. E sigo empreendendo sonhos e transformando realidades!!! @combatentexavier