O BBB, a convergência de Jenkins, o racismo e as fadas sensatas

Créditos: Reprodução

A edição 20 do Big Brother Brasil está a todo vapor, grande parte do sucesso é graças a internet, pois sabemos que de um tempo pra cá a audiência do programa vinha descendo ladeira abaixo, e esse ano para não passar pelo mesmo vexame fizeram uma jogada muito boa.

Colocaram vários influencers com milhares de seguidores, fazendo com que muitos largassem o celular para focar na tv aberta, nem que seja por alguns minutos, já que nem todo mundo tem condições de acessar o conteúdo pago por 24h.

Um verdadeiro casamento entre TV e internet, comprovando as teorias de Henry Jenkins sobre convergência de conteúdo, fazendo com que o Big Brother se torne não só o conteúdo com grande audiência na mídia aberta, como também nas redes sociais e estando a todo tempo nos Trendings Topics do Twitter.

Muitos acreditam que os participantes são escolhidos aleatoriamente, 2020 gente, acordem.

O BBB tem um elenco tão bem estruturado que podemos encaixá-lo como a novela das 11. Engana-se quem acredita que o programa não tem um roteiro.

Acham mesmo que a produção do programa escolhe um mês antes os participantes?

Pois eu sugiro que leiam o livro “ Cultura da Convergência” e saibam como os participantes são escolhidos, como as narrativas são pré-moldadas e até a escolha das locações não são aleatórias.

Vocês podem encontrar o capítulo 1, que fala sobre os segredos de Survivor, programa espantosamente popular da CBS que iniciou a tendência da reality television.

O programa é de entretenimento, mas segundo os internautas virou o BBB da revolução.

A edição passada o racismo foi pauta?

Foi sim, e como foi, tanto que a vencedora foi racista a todo o tempo, e levou uma bolada de R$1,5 milhão.

Aí me pergunto. Onde estavam esses revolucionários para questionar?

Onde estavam os influencers que hoje estão na casa dando um show de sensatez? Me poupem.

Quando os participantes negros deste mesmo reality questionaram, se posicionaram ou até mesmo discutiram sobre, eram vistos como “mimizentos” ou vitimistas, e a edição atual continua da mesma forma, o assunto só tem voz e vez na mídia, ou dentro da casa quando o branco fala, ou as fadas sensatas da edição.

Os valores estão invertidos, os pesos e as medidas também, quer dizer a fala está sendo mais importante da boca de quem assiste do que de quem vive.

Mas é aquilo, cada um acredita no que quer, então que continuem acreditando que esse programa vai gerar uma revolução nacional.

Risos…