Jade Beatriz, 20 anos, negra, estudante de cursinho pré-vestibular, criada no Bairro Ellery, periferia de Fortaleza, filha de empregada doméstica e de comerciante, foi eleita diretora da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), durante a realização do 44º Congresso da UBES (Conubes), em Brasília.
A estudante vai presidir a entidade nos próximos dois anos, e foi eleita com 84,79% dos votos pela chapa “De mãos dadas para defender a escola e o Brasil”.
Eleita em um congresso que teve o lema “Pra fazer do Brasil uma sala de aula”.
Jade representou a UBES em Fortaleza, dedicando-se à campanha “Se Liga Hein” para que jovens brasileiros entre 16 e 18 anos tirem o seu título de eleitor.
Ela estuda para o vestibular e sonha em ser a primeira da família a entrar no ensino superior. Seu desejo é cursar Jornalismo em uma universidade federal do país.
Faz parte da UJS (União da Juventude Socialista), foi responsável pelas redes sociais da entidade no Ceará e diretora de Cultura da ACES (Associação Cearense dos Estudantes Secundaristas).
Objetivos da nova diretora
Defesa da escola como instrumento e meio para a transformação social.
Realizar campanhas e articulações com secretarias de ensino e no Congresso para que a verba destinada ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) seja utilizada de maneira relevante.
Fortalecer e ampliar o nosso ensino técnico, os cursos pré-vestibulares e a ampliação de escolas indígenas.
Mobilização pela Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012) permanente.
Perfil de Jade Beatriz
Aos 13 anos, a estudante já fazia parte do teatro, criava rimas e participava de batalhas de rap. Organizou protestos na Escola Estadual de Formação Profissional Dona Creusa do Carmo Rocha contra a qualidade do ar condicionado nas salas de aula e da merenda oferecida.
Foi uma das fundadoras do primeiro grêmio da sua escola com o nome de Frida Kahlo e do qual foi presidenta.
Participou de sua primeira manifestação pelas Diretas Já, logo após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Em 2018, esteve presente nos atos #EleNão, mostrando toda a força das mulheres, e também foi figura fundamental nas manifestações de 2019, chamadas de “Tsunami da Educação”.
Em 2020, foi candidata a vereadora de Fortaleza, sendo a mais jovem candidata na época.
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