Movimentos populares de São Gonçalo se reúnem para discutir a destinação da verba da CEDAE para o município

Reunião no Plenarinho de São Gonçalo para o planejamento do seminário. Na foto estão os movimentos sociais contidos no Fórum, os vereadores do campo progressista, e também a representação dos mandatos de Flávio Serafini, Zeidan e Waldeck, da alerj _ foto: Luana Mota

O Fórum de Desenvolvimento e Resistência Democrática de São Gonçalo, que atua desde 2019 na região, está realizando a reunião e a organização das principais pautas e necessidades dos diversos movimentos sociais da região, a fim de marcar uma audiência pública, com o intuito de que o recurso da privatização da CEDAE destinado à região, seja investido em projetos estruturantes e que contemplem as reais demandas dos moradores. 

As comunidades que atuam nessa mobilização são Morro do Martins, Chumbada,  bairro do Jardim Catarina, Feijão, Parada 40, Jardim Catarina ,Santa Luzia e Vista Alegre.

Visto que o orçamento diz respeito ao poder executivo, o Fórum se valerá da ajuda a partir da interlocução de mandatos progressistas que os apoiam, são eles: Priscilla Canedo (PT), Josemar Carvalho (PSOL) e Romario Regis (PCdoB), para juntos propor ao prefeito que acolha essas propostas via LDO, emenda à LDO ou sugerindo plano participativo plurianual, que simplesmente não acontece na cidade.

Luana Mota, que atua dentro do Fórum nos movimentos: Cidade do Feminino, Câmara Popular das Mulheres e Coletivo NeurodiverCidades, afirma que “quando surgiu a privatização da CEDAE, que ocorreu de forma arbitrária, sem debate com a sociedade civil e baseada em falácias – porque não era uma empresa deficitária, mas sim continuava dando lucro aos cofres públicos – percebemos forças da extrema direita muito entusiasmadas com o dinheiro, afirmando que os secretários saberiam a melhor forma de construção de orçamento.”

E continua: “A destinação dessa verba, que é finita, precisa de um plano de consulta prévio com participação popular. É mais do que necessário que o valor seja para atender as necessidades da cidade com seriedade, investindo em cultura, inclusão, saneamento, tratamento da água, postos de acolhimento lgbtqia+, ações contra o feminicídio, entre outras demandas.”

Seminários Virtuais e Encontro Presencial

A duas semanas vem acontecendo seminários virtuais para proposição da audiência pública na cidade, e discussões sobre o tema. Ainda, pela primeira vez na história, movimentos sociais organizam um documento para proposição da LDO, para encaminhar ao executivo e sugerir as pautas mais urgentes e necessárias para ser aplicadas com esse adicional.

Hoje (02) às 18h haverá o painel final de debate, com todos os movimentos sociais juntos, onde conversarão a respeito das interseccionalidades das pautas. E a grande discussão será no sábado, com encontro presencial no Palácio do Comércio, na Rua Feliciano Sodré, 82 – Centro, das 09h às 16h. Os protocolos serão respeitados e será feito o fechamento e encaminhamento da data da audiência pública; além da oportunidade de poder ouvir as demais pessoas da sociedade civil que não estiveram presentes dentro dos espaços de trocas virtuais. 

Luana finaliza afirmando que é sabido que o dinheiro da CEDAE não transforma todas as coisas no mundo, mas que é um ponta pé inicial para que a cidade possa ser vista com seriedade, que possa haver pela primeira vez a noção de construção de política e desenvolvimento a longo prazo, priorizando a cidadania dos periféricos e marginalizados, que são ocultados na construção das políticas públicas e excluídos da participação efetiva nelas.

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