Moradores são ameaçados na Ocupação Recanto do Picuaia em Lauro de Freitas

Moradores da Ocupação Recanto do Picuaia, no Caji, município de Lauro de Freitas- Bahia, estão sofrendo ameaças para saírem do terreno ocupado.

Além da falta de apoio dos órgãos públicos, às 350 famílias vivem aterrorizadas por conta de “milicianos”, que regularmente aparecem no local de forma intimidadora, agredindo verbal e fisicamente algumas pessoas.

O terreno em questão estava ocioso há mais 30 anos sem nenhuma função social e era utilizado por alguns usuários de drogas e criminosos que roubavam e estupravam pessoas, devido a pouca urbanização na área.

Porém, desde a ocupação, que teve o apoio do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto- MTST, há aproximadamente 6 meses, os índices de violência e criminalidade reduziu consideravelmente no local e os moradores vêm realizando construções de alvenaria, instalação de energia e água, saneamento básico por conta própria, ao mesmo tempo que exigem do governo municipal serem incluídos boa serviços públicos da gestão.

Após toda movimentação social no local, supostos proprietários da área têm aparecido no local ou subordinados, com “documentos” exigindo a saída das famílias do terreno.

O problema já foi levado ao conhecimento da Prefeitura Municipal, Ministério Público, Defensoria Pública, assim como outros órgãos, mas até o momento nenhum aparo oficial foi definido.

Diversas manifestações e denúncias já aconteceram, mas o medo ainda impera no local devido a sequência de ameaças, em alguns casos com a convivência de policiais militares.

Representantes da ocupação já foram e são monitorados, perseguidos, ameaçados, coagidos e há relatos que alguns já foram até sequestrados e torturados.

No último dia 30/01, em uma das “visitas”, campanhas apresentaram uma suposta representação judicial dando ordem de despejo em até 15 dias e foram novamente intimidados, caso não saíam do local uma chacina irá acontecer, como “lição”.

Diante deste cenário, os moradores apelam para que além da sociedade e órgãos públicos, a justiça possa intervir de forma garantir o direito a moradora das 350 famílias da ocupação.