Moradores da Ilha de Maré sofrem com a falta de manutenção da “Ponte dos Cavalos”

Moradores da região de Ilha de Maré, localizada dentro do território de Salvador, estão sofrendo há meses com a falta de manutenção da “Ponte dos Cavalos”, que atende principalmente nativos da comunidade quilombola. A ponte faz ligação para localidades como Candeias, e São Tomé de Paripe. A estrutura está danificada devido a falta de manutenção, vários acidentes já aconteceram e o local oferece risco a vidas de pessoas de várias idades, entre crianças e idosos. Além da possibilidade da ponte cair.

O local é utilizado pela população que precisa ir ao médico e também para levar as crianças à escola que estudam em Passé e precisam passar pelo equipamento todos os dias.  

De acordo com a líder quilombola Luana do Brasil, “após a Petrobrás ter deixado a região, o território ficou abandonado. Quando habia exploração de petróleo, a empresa fazia a manutenção da ponte, que posteriormente ficou a cargo da prefeitura, o que não vem acontecendo. Já tive com o Prefeito, já foi feita a solicitação da manutenção à prefeitura para solucionar o problema, mas sem retorno” desabafa, Luana.

A comunidade tem sofrido com as consequências da falta de manutenção (madeiras quebradas, sem corrimão, ferrugem, buracos no piso, e parte da estrutura de ferro já está em estado crítico, com isso o risco de acidente só aumenta. A ponte atende cerca de 600 pessoas diariamente.

A comunidade pede aos poderes competentes que tomem medidas necessárias para solucionar os problemas. “É de total responsabilidade da Prefeitura, Ilha de Maré pertence a Salvador e contribuí com arrecadação do petróleo da nossa comunidade. A comunidade está sentindo o racismo estrutural negra e quilombola por parte da Prefeitura”, destaca Luana Brasil.

Em Setembro de 2005, as famílias são reconhecidas como Comunidades Quilombolas da Ilha de Maré.

Localizada no município de Salvador, na parte central da Baía de Todos os Santos e próxima à Baía de Aratu, a Ilha de Maré é o lar de diversas colônias de pescadores, além de cinco comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares (FCP). Apesar da proximidade com a capital baiana, a ilha ainda sofre com a falta de infraestrutura básica e com o precário atendimento à saúde.

Além disso, é impactada por problemas comuns às comunidades limítrofes à Baía de Todos os Santos, como a contaminação da baía por resíduos industriais e esgoto residencial. A proximidade com o Porto de Aratu também sujeita estas comunidades aos impactos gerados por acidentes com embarcações de transporte de produtos das indústrias químicas e petrolíferas do Centro Industrial de Aratu (no município de Candeias).