Moradora do Morro da Conceição e seus saberes tradicionais

Dona Marisa Albino aos pés da Imagem de Nossa Senhora da Conceição
Nascida em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata de Pernambuco, Marisa Albino Bezerra, de 69 anos, moradora do Morro da Conceição, bairro periférico do Recife, traz em sua caminhada seus saberes tradicionais para educar e cuidar da sua comunidade.
Dona Marisa Albino aos pés da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Crédito: Carol Alves

Dona Marisa, como é chamada, realiza trabalhos há mais de 20 anos. Já alfabetizou crianças e adolescentes, e educou as mulheres nos cuidados com a saúde. Hoje, aposentada, é artesã, raizeira e benzedeira.

Morando na comunidade por cerca de 40 anos, Dona Marisa fez parte dos projetos sociais da Igreja do Morro. No tempo, o Padre Reginaldo Veloso (em memória) era pároco da comunidade, e em seu legado, trouxe a educação social para o meio religioso em busca da transformação do povo.

“Fui convidada para participar de um treinamento para alfabetizar. Passei mais de 10 anos ensinando, alfabetizei muitas crianças e adolescentes. Tinha um grupo de mulheres daqui de Casa Amarela, que viu a necessidade das comunidades e se prontificaram em ensinar. Foi uma experiência muito linda”, diz Marisa.

Através do seu conhecimento popular e do que aprendeu nos trabalhos em comunidade, Dona Marisa começou a se dedicar ao artesanato, a reza e as ervas. Conhecida pela venda de seu lambedor de xambá com hortelã para aliviar tosses e secreções, desde os anos 90 que produz em casa seus produtos, comenta: “a procura é boa. Tenho muito cuidado com as plantas pra não tá misturando.

Antes eu ia ao mercado (centro da cidade) buscar as plantas, sementes e folhas, só que hoje em dia evito sair, então são meus filhos que vão buscar e trazem para mim”.

Crianças, jovens e idosos vão à residência de Dona Marisa em busca da cura física e emocional. São mais de 20 anos de dedicação aos seus do Morro Santo, uma tradição que contraria o tempo. Assim como Dona Marisa, nas diversas comunidades espalhadas pelo país existem mulheres que assumem o papel de zelar pelas pessoas do lugar onde vivem. Suas plantas e orações trazem a cura daqueles que tanto precisam.

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