Ministério da Saúde combate dengue, zika e Chikungunya com campanha nacional

Agentes de vigilância em saúde fiscalizam e orientam moradores sobre focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, em Perdizes.
Cartaz de Campanha Nacional para o Combate das Arboviroses, do min. da Saúde

A Campanha Nacional para o Combate das Arboviroses do Ministério da Saúde está acontecendo no Brasil inteiro para prevenir doenças causadas pelos chamados “arbovírus” – mosquitos, insetos, aranhas e carrapatos são alguns deles. Entre as doenças que podem causar, estão algumas que preocupam o Brasil diretamente, como as transmitidas pelo Zika vírus, além de dengue e Chikungunya.

Geralmente, o período do ano com maior transmissão dessas doenças ocorre nos meses mais chuvosos de cada região. O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação de enfermidades.

Em 2022, o Brasil registrou o maior número de mortes pela dengue segundo o boletim epidemiológico sobre arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde no final do ano passado. O país acumulou 987 óbitos pela doença, superando o maior número de vítimas fatais registrados em 2015, quando 986 pessoas morreram em decorrência do vírus.

Além da veiculação de informações em canais tradicionais de mídia, o Ministério da Saúde estabeleceu parceria com a Agência de Notícias das Favelas (ANF) para instalação de minidoors sociais com alertas de prevenção – são placas instaladas em periferias, onde a população precisa de atenção redobrada.

Até agora, foram instaladas 84 placas espalhadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Algre, Recife e Belo Horizonte.

Casos em Recife, Pernambuco

Em 2021, o vendedor Anderson Gonzaga, 37 anos, morador do bairro Casa Amarela, passou por uma situação dramática. No início de setembro, contraiu Covid, mas estranhou que, mesmos após o isolamento, continuou sentindo alguns sintomas.

Vendedor Anderson Gonzaga, de Recife, teve dengue. FOTO: Arquivo pessoal

“Após os quatorze dias em que fiquei isolado em casa, em observação, passei mais duas semanas bem, mas logo senti febre, fadiga, dor de cabeça, pensei que ainda era covid, mas comecei a notar uma coceira no corpo e manchas vermelhas. Então, fui ao posto de saúde”. O diagnóstico de dengue veio a partir do exame de sangue realizado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

A doença deixa as pessoas sem condição de fazer quase nada, com Luíza Navaes, de 22 anos, que não conseguiu aproveitar as festividades do Natal de 2021 com a família. “Fazia muito tempo que uma doença não me derrubada, como foi com a dengue. Fiquei muito debilitada”, diz a estudante.

Moradora do bairro das Graças, em Recife, a estudante de jornalismo passou cinco dias debilitada, mas não chegou a procurar um posto de atendimento. Tratou-se em casa com analgésico e hidratação. Tal atitude não é recomendada pela Ministério da Saúde.

Estatísticas de casos em Recife

Em janeiro deste ano, foram registrados no Recife os cinco primeiros casos de dengue, de acordo com o boletim de arboviroses divulgado pela Secretaria de Saúde da capital pernambucana (Sesau).

Os dados correspondem às duas primeiras semanas epidemiológicas do ano, até 14 de janeiro. “Em comparação com o mesmo período do ano de 2022, houve uma redução de 52,2% de casos prováveis de arboviroses”, explicou a Sesau.

Porém, no estado de Pernambuco, até o final de abril, houve aumento de 30% no número de casos prováveis de dengue, em comparação com o mesmo período do ano passado.

As ocorrências passaram de 690 mil casos, no ano passado, para 899 mil neste ano, com 333 óbitos confirmados.

Campanha de combate a arboviroses

Devido ao aumento de casos das arboviroses no país, o Ministério da Saúde lançou a uma campanha nacional para o combate e prevenção das doenças. O foco é alertar sobre sinais, sintomas, formas de prevenção e eliminação dos criadouros de mosquito.

Uma das principais orientações para evitar a transmissão das arboviroses é exatamente eliminar a proliferação dos mosquitos, evitando água parada. Os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente.

De acordo com o Ministério da Saúde, a dengue é a arbovirose urbana mais presente nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância em saúde pública nos últimos anos.

O vírus da dengue é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença. Porém, as pessoas mais velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à morte.

Luiza Navaes contraiu dengue em Recife. FOTO: Arquivo pessoal

Vacina contra dengue ainda não é recomendada

Em relação à vacina contra dengue disponível no mercado e considerando as condições para o uso, além da falta de evidências em alguns aspectos de segurança e eficácia, o Grupo Técnico Consultivo de Imunizações (GTA) da Organização Panamericana da Saúde (OPAS), reitera a recomendação de que a introdução da vacina contra a dengue nos programas nacionais de imunização ainda não é recomendada.

Por isso, os países das Américas devem continuar fortalecendo as atividades de vigilância para melhorar o conhecimento sobre a carga da dengue. O fortalecimento dessas atividades é muito importante no contexto de surtos de outras doenças transmitidas por vetores, incluindo Zika e Chikungunya.

Principais sintomas da dengue:

Febre alta, maior do que 38 graus

Dor no corpo e articulações

Dor atrás dos olhos

Mal-estar

Falta de apetite

Dor de cabeça

Manchas vermelhas no corpo

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