Miguel: uma triste e dolorosa separação entre mãe e filho

A esquerda Sari Corte Real, patroa e a direita mãe de miguel, empregada. Imagem tirada do Twitter e Reprodução TV Globo.

Nessa semana o Brasil teve mais um caso explícito de como a vida de pessoas negras, no caso, de uma criança negra não foi valorizada. Miguel, tinha 5 anos, acompanhou a mãe ao trabalho, e ambos estavam na casa da primeira dama do município de Tamandaré, no estado do Pernambuco, a irresponsável e assassina Sari Corte Real.

Sim, irresponsável e assassina, porque a mãe do menino confiou os cuidados de seu filho à patroa enquanto levava o cão dos patrões para passear. No intervalo da ausência da mãe, Sari Corte Real autorizou a criança ir atrás da mãe sozinha, colocando no elevador. O menino se perdeu, acessou um andar que não tinha proteção e caiu do 9º andar.

Sim, foi um desfecho trágico na terça-feira, 03 de junho de 2020. Uma vida foi perdida porque a Sari Corte Real, representa com seu ato o que a elite brasileira pensa de suas empregadas e parentes: nada, essas vidas não importam, apenas quer ser servida, nem que custe uma vida. Miguel teve a sua vida interrompida precocemente, a sua mãe sangra em vida.

Ontem, 4 de junho, ao ler a notícia fiquei ao prantos, o peito dilacerou. Não podemos achar natural que crianças morram por caprichos de madames e de senhores. Nossas vidas importam. Lutemos por justiça por Miguel e todas as crianças pretas que tiveram suas vidas cortadas por expressões do racismo que não valorizam nossas vidas.

Sigo dilacerada, mas com a esperança de que racistas não passarão, e o fim de tudo isso está perto. Sairemos vitoriosos e o racismo não terá mais espaço entre nós. Miguel, presente!!!