Média móvel de casos sobe 57% no Rio de Janeiro só em agosto

Reabertura de pontos turísticos também ajuda na contaminação em alta - Foto Pilar Olivares/Reuters

Nesta sexta-feira, a média móvel de casos de Covid-19 no Rio de Janeiro foi de 2.449 por dia, 57% maior que a registrada em 1º de agosto. Autoridades e especialistas da área de saúde dizem que essa alta tem relação com o aumento da testagem sorológica, a inclusão de dados antigos por causa de mudança na metodologia de notificação e a flexibilização das atividades econômicas, que tirou muitos jovens do isolamento social. Os dados de notificações são do consórcio de veículos de imprensa formado por O Globo, Extra, G1, Folha de S. Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, coletados com as secretariais estaduais de Saúde.

Na capital, o crescimento é mais expressivo. A média móvel, de acordo com painel da prefeitura, que foi de 321 casos novos em 1º de agosto, pulou para 803 ontem. Uma alta de 150%. Segundo a prefeitura e o governo do estado, o aumento de casos notificados é reflexo da maior quantidade de testes sorológicos, cujos resultados mostram a infecção ocorrida até meses atrás. Também estão sendo incluídos aqueles identificados por meio de exame clínico, sem necessidade de teste positivo, seguindo nova resolução do Ministério da Saúde.

Além de questões estatísticas, especialistas apontam a influência da reabertura de atividades econômicas. Com mais pessoas nas ruas, especialmente jovens, pode estar ocorrendo uma alta de contágio, sem tantos pacientes em estado grave internados. Por isso, teria ocorrido um aumento do número de casos sem que a curva de mortes acompanhasse a mesma tendência no mesmo momento.

“Esse aumento tem que ser visto com preocupação. Era de se esperar que a circulação de pessoas aumentasse o contágio. E também pode ter ocorrido o afrouxamento nas próprias medidas individuais de proteção. O alerta que eu digo é que ninguém pode relaxar nesse ponto” avalia Américo Cunha, professor do Instituto de Matemática e Estatística, que integra o Observatório Fluminense da Covid-19.