Jayme Figura: o artista de rua que revolucionou o Centro Histórico de Salvador

O artista Jayme Figura, morreu neste domingo, 26, aos 64 anos, em Salvador. Ele também era poeta, músico e desenhista. A causa da morte ainda não foi revelada.

Jayme, andava no Pelourinho com máscara e sem revelar a identidade, o que despertava a curiosidade das pessoas.

O artista plástico Leonel Mattos revelou que Jayme teria passado mal há três dias e foi atendido em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em seguida liberado. Porém, voltou a passar mal e não resistiu. Os dois trabalhavam juntos há cerca de cinco meses para uma exposição em 2024, no estado de São Paulo. No ateliê de Leonel, Jayme criou obras inéditas.

O artista baiano nasceu em Cruz das Almas e chegou em Salvador aos cinco anos com a família. Ele era autodidata e criava seus brinquedos com latas e madeira.

O ateliê de Jayme Figura era chamado de “Sarcófago” e fica na Ladeira do Carmo, no Pelourinho. O imóvel tem um formato labiríntico. Obras feitas de ferro, gesso, cimento, madeira, além de pinturas em acrílica sobre telas, panos decorativos, e artes em computação gráfica, fazem parte da decoração do local.

JAIME FIGURA (1959-2023)

O artista plástico, poeta e músico baiano Jaime Andrade de Almeida, o Jayme Figura, foi um ícone da arte performática de Salvador, morava no Alto do Peru. Ainda na infância, deu sinais de que seria um artista, criando brinquedos com latas e madeira, mas era constantemente alvo da violência da vizinhança.

Depois de trabalhar como gráfico, casar e ter um filho, passou a morar no Centro Histórico de Salvador e suas obras eram criadas no seu ateliê, chamado de “Sarcófago”, uma casa com formato labiríntico na Ladeira do Carmo.

Era conhecido por percorrer as ruas de Salvador, em especial no Centro Histórico, onde morava, utilizando máscara e uma espécie de armadura, sem mostrar o seu rosto publicamente. A primeira obra fez em seu próprio corpo, uma mutação que o tornou folclórico.

Começou com pedaços de couro esfarrapado e, por cima, foi colocando alumínio e pedaços de ferro velho até chegar à cabeça, onde criou uma máscara com os mesmos materiais, uma espécie de gaiola com espaço aberto apenas para a boca e para os olhos. Foi tema de um documentário intitulado “Sarcófago”, de Daniel Lisboa.