Inscrições abertas para concurso de reportagens sobre violência policial e intervenção militar

Crédito: Divulgação.

A Agência Pública e a Conectas Direitos Humanos lançam o Concurso de Microbolsas para Reportagens Sobre Violência Policial e Intervenção Militar, com inscrições até o dia 25 de maio pelo formulário online. Serão distribuídas quatro bolsas no valor de 7 mil reais para os repórteres que propuserem pautas inéditas e originais sobre os temas.

Podem se inscrever jornalistas de todo o Brasil interessados em produzir investigações aprofundadas sobre violência policial, intervenção militar e suas causas e impactos.

O Brasil tem uma das polícias que mais mata e mais morre no mundo. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, mais de 4 mil pessoas morreram em 2016 em decorrência de intervenções policiais e 437 agentes de segurança pública foram vítimas de homicídio.

“Em um cenário de polarização, em que há um aplauso e um rechaço às forças de segurança no Brasil, faltam reportagens investigativas, aprofundadas, que ajudem a mostrar por que nossa polícia é tão letal, mas também por que morrem tantos policiais. Por outro lado, com os militares atuando cada vez mais na segurança pública, o jornalismo tem que se capacitar para monitorar também essa atuação. É o que pretendemos fazer com esse concurso de Microbolsas”, diz a codiretora da Agência Pública, Natalia Viana.

“A lógica militarizada, autoritária e racista que impera na estrutura policial brasileira é fonte considerável de violações no Brasil. Quando apontamos tais falhas estruturais, não nos referimos à figura do policial, mas a uma política de Estado, herança da ditadura, mas ainda corroborada pelos governos democráticos. Chama a atenção a omissão e conivência dos órgãos de controle externo, como o Ministério Público, e o crescente uso das Forças Armadas em atribuições que são de natureza civil, como a Segurança Pública”, diz o coordenador do programa de Violência Institucional da Conectas, Rafael Custódio.

“Com o projeto de Microbolsas, queremos não apenas apoiar o bom jornalismo investigativo, mas também contribuir para trazer à tona histórias que ilustrem esse quadro de desrespeito a direitos fundamentais”, reforça Custódio.

Os candidatos devem detalhar sua pauta, planos de trabalho e de orçamento. Também é necessário comprovar a experiência na produção de reportagens investigativas. A utilização da bolsa fica a critério do repórter e pode ser usada para pagar despesas da produção da reportagem.

Os vencedores serão definidos pela direção da Agência Pública e da Conectas. Além da bolsa, os jornalistas recebem uma mentoria da Agência Pública para realizar a reportagem. Também fica a cargo da Pública editar, publicar e distribuir o material. Nesta edição, os candidatos que forem pré-selecionados vão passar por uma fase de entrevistas. Os vencedores serão anunciados no dia 11 de junho.

Leia aqui o regulamento do concurso. Para maiores informações, entrar em contato através do e-mail contato@apublica.org.

Sobre a Agência Pública

A Agência Pública foi fundada em 2011 e tem como missão produzir reportagens de fôlego pautadas pelo interesse público, sobre as grandes questões do país do ponto de vista da população, visando o fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático e a promoção dos direitos humanos. Todas as reportagens podem ser livremente reproduzidas por uma rede de mais de 70 veículos, sob licença creative commons. A Pública também atua para promover o jornalismo investigativo independente através de programas de mentoria para jovens jornalistas, bolsas de reportagem e incubação de projetos de jornalismo independente. Em 2017, a Agência Pública foi vencedora dos prêmios Vladimir Herzog e Prêmio República e duas vezes finalista do Prêmio Gabriel García Marquez. Em 2016, foi o terceiro veículo mais premiado do país, e o primeiro veículo brasileiro indicado ao Prêmio Liberdade de Imprensa, da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). https://apublica.org/

Sobre a Conectas

A Conectas Direitos Humanos é uma ONG fundada em 2001 e sediada em São Paulo, cuja missão é efetivar e ampliar os direitos humanos e combater as desigualdades para construir uma sociedade justa, livre e democrática a partir de um olhar do Sul Global. Com status consultivo na ONU e presença no Conselho Nacional de Direitos Humanos e no Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, atuam por meio de incidência política, denúncias internacionais, litigio e mobilização de pessoas para produzir transformações nos temas mais urgentes em matéria de direitos fundamentais. http://www.conectas.org/