G.R.E.S. Acadêmicos de Santa Cruz

Sua sede é na Rua do Império, em Santa Cruz, na zona oeste da cidade. Tem as cores verde e branco e como símbolo uma coroa. Das escolas que já desfilaram na Marquês de Sapucaí, é a que fica mais distante do sambódromo. Foi fundada em 18 de fevereiro de 1959, surgindo de uma dissidência de um grupo de foliões que desfilavam no bloco Garotos do Itá.

A Santa Cruz sempre esteve atrelada as manifestações culturais do seu bairro e ligada aos projetos sociais. Estes já beneficiaram crianças e jovens, adultos e idosos ao longo dos anos. Acordos com a iniciativa privada, principalmente empresários e comerciantes locais sempre foram fundamentais para a realização dos seus desfiles e a manutenção destes projetos.

Mesmo sendo tratada como escola representante da zona rural, conseguiu rapidamente se colocar entre as grandes, alcançando o grupo especial no seu quarto ano de desfiles, em 1966. Já esteve várias vezes entre as melhores do Rio, mas foi rebaixada em todos os anos, sendo a última vez em 2003. Desde então, a escola desfila no grupo de acesso, e vai para o seu 16º ano seguido na série A. Em 2018, obteve o 10º lugar. Em quase 60 anos de história, a Acadêmicos de Santa Cruz tem cinco títulos da série A (1965, 1969, 1989, 1996 e 2002) e três da série B (1963, 1973 e 1980).

O carnavalesco Cahê Rodrigue trabalhará em 2019 com o tema em homenagem a Ruth Souza, atriz de 97 anos, um ícone das artes cênicas, uma das mulheres mais importantes na história do teatro, cinema e televisão brasileira, e que já posou com o pavilhão. Confira o samba enredo da Acadêmicos de Santa Cruz:

Dama, meu motivo de rara beleza
Acalanto a sua alteza
A estrela que brilha por nós
Oh, pérola negra!
Joia que emana a paz
Lapidada nas Minas Gerais
Seu destino: Encantar corações
Canoas, um cortejo de saudade
A doce lembrança que ficou pra trás
No Rio, lindo mar de esperança
Refletindo a infância, acende os ideais

Talento é dom pra vencer
Preconceito não pôde calar
Foi preciso acreditar
Menina mostra a força da mulher

O negro pode ser o que quiser

Resplandeceu da humildade a sua glória
A emoção, pioneira no Municipal
E aprendeu, viveu a arte em sua história
Inspiração, no palco do meu carnaval

Divina musa, no esplendor se fez atriz
Um sorriso de uma raça não apaga a cicatriz

Voa, senhora mãe da liberdade
Em seu papel, a igualdade
De quem sentiu na pele a dor
Brilham Marias, Carolinas de Jesus
Você foi a resistência
E a resistência hoje é Santa Cruz

Ê, Odara
Ê, Odara
Ê Odara
Ê, oh, sinhá moça
Ê, Odara
Ê, o samba
Reverenciar Ruth de Souza