Agora é a vez delas

Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro são deputadas estaduais eleitas pelo Rio de Janeiro e assumiram seus mandatos nesta sexta-feira (1/02), na Assembleia Legislativa (Alerj). A representatividade feminina e de negros na Alerj aumentou nesta legislatura. E a favela ganha vez e voz.

As três negras e faveladas representam bem a favela e sabem melhor do que ninguém as demandas territoriais.

Renata Souza vem com uma história longa de militância com início na comunicação popular e os 12 anos de trabalho ao lado de Marcelo Freixo e Marielle Franco. Cria da Maré, Renata cursou pré-vestibular comunitário, formou-se jornalista na PUC-Rio com bolsa integral, fez mestrado e doutorado na UFRJ e hoje é pós-doutoranda em comunicação pela UFF. Reconhecida nacionalmente na área da Comunicação e Direitos Humanos, ela continua morando na Maré e observando o mundo a partir da favela.

Mônica Francisco, cria do Morro do Borel, é formada em Ciências Sociais e sabe muito bem a luta de negras e negros moradores de favela. Desde cedo, aprendeu os males que o machismo, o racismo e o preconceito contra favelados representam. Entre suas propostas está: A Favela quer dignidade!

Daniella Monteiro, 27 anos, cria do do morro São Carlos,  é feminista e estudante cotista da UERJ. Da primeira geração de sua família a entrar na universidade, ingressou no curso de Ciências Sociais da UERJ, onde participou do movimento estudantil e das lutas em defesa da Educação Pública. Para se sustentar durante os estudos, trabalhou por quatro anos em uma das maiores empresas de telemarketing do país – onde enfrentou as dificuldades e contradições na condição de trabalhadora. Ajudou a construir o setorial de favelas do PSOL do Rio de Janeiro, o Movimento Negro Unificado (MNU) e é uma das fundadoras do Movimento Rua Juventude Anticapitalista. Participou da campanha de Marielle Franco em 2016 e foi assessora no mandato da vereadora.  Nas eleições de 2018, Daniella foi a mais jovem deputada estadual eleita, fortalecendo a bancada de enfrentamento ao conservadorismo e às velhas máfias do estado.

As três terão muito trabalho pela frente, ainda mais com bandeiras tão fortes como a favela, as mulheres e os direitos humanos, mas elas não irão recuar e vão com tudo para garantir que o direito da população seja assistido.

A favela está bem representada e ninguém vai conseguir calar a nossa voz!