Favela Mundo é modelo de inclusão social que beneficiou mais de 4.500 mil crianças e adolescentes

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O projeto Favela Mundo, referência na ONU como modelo de inclusão social nas grandes cidades, desembarcou na Rocinha e na Cidade de Deus no dia 31 de julho, na mala, a missão de ensinar Ballet, Jazz, Hip Hop, Musicalização, Teatro e Violão para 600 crianças e adolescentes.  O projeto estará pela primeira vez na Rocinha, e voltará para a CDD, atendendo a um pedido da comunidade, que fez abaixo-assinado, pedindo a permanência do projeto, que terminou em maio. A iniciativaconta com o patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura, LAMSA e MetrôRio, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS, e apoio do Instituto Invepar.

Além de ensinar uma expressão artística, o Favela Mundo ajuda com que crianças e adolescentes se comuniquem através da comunicação não-violenta, em que aprendem a conviver uns com os outros, entendendo que cada indivíduo tem sua especificidade. Os resultados, vêm nos boletins: Crianças que tinham dificuldades de aprendizagem e de comportamento, apresentam melhoras substanciais, desde a primeira edição do projeto, há oito anos.

O Favela Mundo já recebeu mais de 4.500 alunos de 132 comunidades do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense. No último ano, o projeto esteve em Tomás Coelho e na Cidade de Deus, beneficiando 779 crianças e adolescentes das duas regiões. Os impactos positivos sentidos pelas famílias da CDD foram tão grandes, que a favela se mobilizou e pediu a permanência do projeto por mais um ano.

“O Favela Mundo tem o diferencial de ser itinerante. Ficaremos mais um na Cidade de Deus, atendendo a uma mobilização dos moradores. Normalmente, passamos um ano em cada local, mostrando para os alunos que a escola é também um lugar para exercitar a imaginação, brincar e fazer amigos, tudo através da arte. Mudamos o local por onde passamos, resignificamos o ato de estudar. Com isso o aluno passa a ter muito pais prazer de frequentar a escola”, conta Marcelo Andriotti, diretor da ONG Favela Mundo, homônima ao projeto.

As oficinas, não funcionam apenas para ensinar artes e desenvolver os aspectos cognitivos do desenvolvimento, mas também a mediação de conflitos através das artes. “Chegamos em favelas que as crianças não falam umas com as outras porque seus territórios seriam “rivais”, por causa do poder paralelo, e através das oficinas, os ensinamos a lidarem uns com os outros e a se verem como amigos”, ressaltaAndriotti.

O projeto modifica tanto o interesse dos alunos pela escola que essa vontade é sentida dentro de casa: “Minha filha tem muita motivação agora, ela sempre perguntava se naquele dia teria projeto. Antes do Favela Mundo entrar na escola, ela não gostava de ir, assim que surgiu, ela ficava louca para ir, feliz com o uniforme para fazer as atividades de teatro, dança e musicalização. O projeto é muito significativo na vida dela”, comenta Juliana Silva, da Cidade de Deus, e mãe de duas crianças atendidas pelo projeto.

O resultado do trabalho dentro das escolas também é comentado pelo corpo docente: “Muito lindo ver a felicidade da minha filha quando fala das aulas do projeto Favela Mundo, ela sabia os dias que tinha aula, acordava primeiro que eu e falava que não poderia se atrasar para a aula. Muito bom e gratificante ver o carinho de cada professor com as crianças e como elas estão se desenvolvendo rapidamente”, destacaAline Cristine, mãe de aluna e coordenadora pedagógica do EDI Maria Mazzetti, em Tomás Coelho, que recebeu o Favela Mundo até maio deste ano.

Os benefícios, não são sentidos apenas nas crianças, mas também nos seus pais: “As mães hoje estão participando muito mais do dia a dia da escola. Vieram até propor para serem multiplicadoras do que aprenderam para quem não pode fazer o curso”, destacou Ana Cristina Coelho, diretora do EDI Maria Mazzetti.