Favela: “eu não sou simpatizante da causa, eu sou a causa”

“A favela é, um problema social. A favela é, um problema social”.

“Sim mas eu sou favela, posso falar de cadeira, minha gente é trabalhadeira, nunca teve assistência social”.

A quem interessa manter esse problema social em curso? Quem se beneficia com as mazelas nas favelas?

O problema social é tamanho nas favelas que alguns setores romantizam a situação não querendo mexer na ferida, e outros tentam lucrar com a miséria alheia. Têm os que usam de adjetivos para minimizar a árdua luta de sobrevivência de quem mora na periferia, chamando as favelas de: comunidade, bairro, gueto, conjunto habitacional, quebrada ou aglomerados.

Para outros, a favela é um campo de concentração. Talvez na visão das empresas de “marketing social” isso possa ser um bom investimento lucrativo.

Falar que nas favelas a falta de serviços básicos é uma constante não é nenhuma novidade. Mas o que pouca gente sabe ou prefere não considerar é a resiliência que emana a cada amanhecer nos corações dos sobreviventes.

“O fato é que favela é favela e quando a favela tiver tudo que os demais locais da cidade, como Pituba, Caminho das Árvores, Itaigara,  tiver (trecho foi adaptado pra contextualizar a cidade de Salvador), não vai deixar de ser favela, porém pode mostrar para o mundo que é possível mudar, que conquistamos o respeito por termos lutado, por que a voz da favela se fez ouvir. Assim seremos exemplos para outras favelas, que estão espalhadas por todo o mundo”. André Fernandes

Nas favelas, o estado se inseta, omite e quando resolve aparecer causa mais balbúrdia do que acalenta.