Encontro Juventude do Teatro do Oprimido na Maré

 Teatro do Oprimido na Maré

O termo Ocupa Jovem faz referência à ocupação policial que está sendo feita no Complexo de Favelas da Maré, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, mas que o #Ocupa Jovem – Encontro Juventude do Teatro do Oprimido na Maré vai fazer com arte, teatro e juventude! Na ocasião serão apresentados os espetáculos “A Resposta só é não?”, “Marcha Borboleta” e “Em Uma Família”. Haverá também duas Rodas de Conversa: Direitos de Gênero e Direito à Cidade. O Encontro acontece no dia 20 de junho, das 10h às 16:30h, na Arena Carioca Dicró, localizada no Parque Ary Barroso, Rua Flora Lôbo s/nº, na Penha, com ingressos grátis.

As peças contam histórias reais vividas pelos jovens moradores da Maré, como por exemplo o preconceito que existe no mercado de trabalho em relação ao morador de favelas pobres ou questões de gênero, como o machismo e o assédio sexual. A discussão sobre preconceito e machismo segue mesmo depois da peça terminada. A técnica usada é o Teatro Fórum, que leva para além do palco as questões da sociedade que precisam ser mudadas. Assim, para fortalecer o diálogo entre o oprimido e o opressor, o curinga, como são chamados os facilitadores dos grupos, pergunta ao público como eles resolveriam o impasse. Mas não basta o espectador dizer o que faria, ele tem que subir no palco e mostrar. Neste momento um espectador substitui o ator na cena interpretando a alternativa pensada. Em seguida o público discute se aquela alternativa colabora na solução. Muitas alternativas podem existir e outros espectadores entram em cena. Nesse momento a improvisação é que vale. A principal característica dos espetáculos é essa participação.
A Roda de Conversa Direitos de Gênero pretende aprofundar a discussão levantada nos espetáculos “Em uma familia” e “Marcha Borboleta”, com participação de Amanda Palma do Núcleo de Mulheres Jovens da CAMTRA – Casa da Mulher Trabalhadora e Mônica Francisco, colunista do Jornal do Brasil e representante da Rede de Instituições do Borel. Com as especialistas na temática junto a organizações da sociedade civil, o debate será abrasado com a plateia e mediado pela socióloga e Curinga do CTO Monique Rodrigues.
A Roda de Conversa Direito à Cidade pretende aprofundar a discussão sobre o tema do preconceito ao morador da favela e seu acesso à cidade enquanto espaço político social levantado pelo espetáculo “A resposta só é não?” com participação de Michelle Lacerda, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e Gizele Carolina, repórter de O Cidadão – A comunicação comunitária do conjunto de Favelas da Maré, seguidas de debate mediado pelo jornalista e Curinga do CTO Alessandro Conceição.
 
Teatro do Oprimido na Maré
Desde o início de 2014 o Centro de Teatro do Oprimido – CTO realiza no Complexo de Favelas da Maré o Projeto “Teatro do Oprimido na Maré”. Patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental e da Senad – Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas/Ministério da Justiça por meio do Programa Viva Jovem, as atividades acontecem com a participação da juventude local que através do teatro faz a leitura estética da realidade em que vive buscando conhecer, debater, propor e intervir com novas formas de atuação comunitária. A partir da metodologia do Teatro do Oprimido, criado pelo teatrólogo Augusto Boal, e internacionalmente reconhecido, os oprimidos podem discutir sua realidade no teatro para propor uma transformação real em suas vidas.
Nos primeiros meses de atuação na Maré, em início de 2014, o Projeto “Teatro do Oprimido na Maré” realizou dezenas de oficinas demonstrativas do método em diversas localidades da comunidade. Dessas oficinas foram selecionados 35 jovens, entre 15 e 20 anos, todos moradores da Maré, para a formação de três grupos de Teatro do Oprimido, os chamados GTOs. Esses jovens receberam oficinas na metodologia do Teatro do Oprimido, participaram de aulas de musicalização, cenografia, poesia e cultura digital. A partir do início de 2015, os GTOs Maré 12, Marear e Maremoto, acompanhados de profissionais de som e imagem, referências para a criação sonora e cenográfica, montaram seus espetáculos, cujos temas são ligados às “problemáticas” do cotidiano dos jovens que moram na Maré. A escolha da temática do espetáculo e a concepção do texto foram dos próprios jovens, como é usual do método.
O Teatro do Oprimido colabora para que o cidadão se torne protagonista da própria vida. Segundo Augusto Boal: “O primeiro princípio do Teatro do Oprimido é transformar o espectador, que é um ser passivo, em ator, que é um ser ativo. Nós procuramos transformar uma pessoa que não faz nada numa pessoa que determina as coisas que serão feitas.”
As apresentações públicas dos espetáculos de Teatro-Fórum acontecem de maio até novembro de 2015 em diversas localidades do Complexo da Maré e em novembro os três grupos se encontram para participarem do “Festival Juventude da Maré” a ser realizado um teatro no Centro da Cidade do Rio de Janeiro. As apresentações são sempre com entrada gratuita.
Programação:
#Ocupa Jovem – Encontro Juventude do Teatro do Oprimido na Maré
10h – Apresentação do espetáculo de Teatro-Fórum “A Resposta só é não?” com o GTO Marear.
11h – Apresentação do espetáculo de Teatro-Fórum “Marcha Borboleta” com o GTO Maremoto.
12h – Roda de Conversa Direitos de Gênero
13h às 14h (intervalo)
14h – Apresentação do espetáculo de Teatro-Fórum “Em uma família” com o GTO Maré 12.
15h – Roda de Conversa Direito à Cidade
16h – Plenária do Projeto Teatro do Oprimido na Maré
Classificação Livre.