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Créditos: Barbara Mariano

Como jovens buscam através da Internet o caminho da ancestralidade

A pandemia da Covid-19 agravou uma endemia que estava escondida dentro dos cômodos das nossas casas, desde a quitinete mais simples até as suítes das mansões mais luxuosas.

A nomophobia, dependência em internet. A possibilidade de ter acesso a um mundo de informações de forma instantânea na palma de  suas mãos fez com que mergulhássemos num mundo novo de infinitas possibilidades.

Universo particular

Um conteúdo inesgotável de novidades nos induz a um imediatismo que nos impede, muitas vezes, de lidar com a realidade. Por isso isolam-se em seus quartos e seguem cada  um em seu universo particular.

Afinal, a geração smart  saberá algum dia lidar com suas questões, sobretudo as emocionais? Um fenômeno interessante que temos visto com o acesso ilimitado a informação é que parte desta geração  pesquisa  sua ancestralidade e a razão da sua existência, a procura de respostas aos seus questionamentos tem registrado  uma  migração  de muitos jovens para as casas de candomblé/umbanda, a não aceitação de comportamentos impostos pelas religiões tradicionais.

Jovens que buscam os terreiros

A  liberdade  sexual, de posicionamento político, os novos modelos de família, condenados pelos  conservadores faz com que esses jovens busquem nos terreiros a respostas de seus porquês que, algumas vezes a interpretação anacrônica do  que  é o  Sagrado,  os  exclui  daquele núcleo  religioso.

As  casas  de matriz africana dão  espaço  nos seus cultos aos homoafetivos, a alguém com que  apoie  as liberdades individuais de maneira mais ampla, tais como, liberdade política e social, sobretudo a vivência nos quilombos urbanos atuais que são os Ilês.

Não se pode religar a ancestralidade

“Certo é que ainda precisamos ampliar nosso conhecimento em relação à cultura ancestral, o que é muito diferente de religião, que vem do religare, cuja etimologia é religar e, não se pode religar a ancestralidade a nada”, segundo o coreógrafo Alê Vilar.

O “bicho humano” é um ser sociável e em todo tempo busca ser aceito no grupo, quando isso não acontece a frustração é grande. Divergências de opiniões políticas, religiosas, sociais, a sexualidade são tabus em muitos ambientes, principalmente no núcleo familiar.

“Costumamos dizer que nosso axé é uma espécie de CAPs (Centro de Atendimento Psicossocial), muitas as pessoas que chegam  aqui pedindo ajuda  para  se  aceitarem da forma  são  e  conseguirem resistir as  pressões  sociais impostas a quem ousa  ser diferente.” relata Done Viviane D’Xangô – responsável pelo Ilê Asé Aganju, na zona norte do Rio.

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