Comunicação Comunitária: Afeto e saberes entre comunicadores populares

O que leva pessoas de diferentes regiões do país saírem de suas casas num final de semana, ficarem longe de familiares renunciando momento de lazer, para discutir sobre a atual conjuntura social do Brasil e buscar propostas relevantes à qualidade de vida de todo um coletivo e para o fortalecimento da comunicação comunitária?

Crédito: Paulo de Almeida Filho

É evidente que a possibilidade de encontrar e ou reencontrar pessoas, trocar experiências, estabelecer vínculos, são alguns fatores que tornam esses momentos um bálsamo em nossas vidas, haja vista as tribulações que nos deparamos no dia a dia, em vários aspectos.

Comunicação comunitária, popular, de base, entre outros termos que são atribuídos a comunicação que é feita  pelo povo e pensada para o povo, estiveram no cronograma e no contexto dos comunicadores populares/sociais que participará do 13 º Encontro de Comunicação Comunitária, promovido pelo JVC- Jornal Voz das comunidade.

Crédito: Paulo de Almeida Filho/ANF

Desde a chegada dos participantes na quinta a noite, 25/07, passando pelas rodas de conversas, nos corredores, alojamentos, plenárias, momento das refeições, as oficinas com trocas de experiências, apresentações dos trabalhos, tudo girando em torno da construção coletiva.

Experiências partilhadas como as da Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) que foram representadas pelos estados do Ceará, Piauí, Maranhão, Paraná, Mato Grosso e moradores da Comunidade Chico Mendes, na cidade do Rio de Janeiro. Além das estratégias de comunicação da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Imperatriz (Ascamari), no Maranhão; e da da Organização Popular de Aracati (Opa), atendendo articulações sociais do Ceará e Piauí,  “Jornal da Várzea” produzido na Zona Leste de São Paulo. Entre outras experiências apresentadas ao longo do encontro.

É um deleite ouvir dialetos e sotaques das mais variadas expressões sociais.

Se você pensar que um encontro entre essas pessoas com tantos objetivos em comum é um investimento de vida, para partilhar e compartilhar saberes, certamente vai perceber que não é perda de tempo. Pois encontrar pessoas assim, reenergiza, retroalimenta e nos anima ainda mais para continuar numa missão comunitária e humanitária. Missão de vida.

O encontro de comunicação comunitária aconteceu entre os dias 26 a 28 de Julho, na sede do Movimento das Comunidades Populares, no bairro do Tomba, em Feira de Santana- Ba.

Crédito: Paulo de Almeida Filho/ANF

O retorno para nossas bases se dá com novas bagagens de conhecimento, renovo de pensamento e percepção do entorno, fortalecer ainda mais o espírito de coletividade para continuar nessa jornada.

A espera agora é do próximo encontro. Vida longa à comunicação comunitária e aos comunicadores populares do mundo. Afetos e saberes são sempre boas notícias pra se noticiar.

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Paulo de Almeida Filho
Jornalista, Especialista em Comunicação Comunitária, Mestre em Gestão da Educação, Tecnologias e Redes Sociais - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Editor da Agência de Notícias das Favelas. Pesquisador do CRDH- Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Professor de Pós Graduação, em Comunicação e Diversidade, na Escola Baiana de Comunicação. Assessor da REDE MIDICOM- Rede das Mídias Comunitárias de Salvador. Membro do Grupo de Pesquisa TIPEMSE - Tecnologias, Inovação Pedagógicas e Mobilização Social pela Educação. Articulado Comunitário do Coletivo de Comunicação Bairro da Paz News. Membro da Frente Baiana pela Democratização da Comunicação. Integrante do Fórum de Saúde das Periferias da Bahia. Membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito- Núcleo Bahia. Integrante da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores Coordenador Social do Conselho de Moradores do Bairro da Paz, EduComunicador e Consultor em Mídias Periféricas.