A periferia como espaço de poder cultural na democracia social

Foto: Stovitt

Diante do conceito de que favela não possui nada de produtivo, com base no que é apresentado por uma sociedade opressora e exclusiva, grandes instituições nacionais seguem em busca das potências que habitam as periferias cariocas. Mesmo que isso aponte para contramão do que a classe favorecida diz. 

Grandes encontros ocorrem nas comunidades do Rio de Janeiro. Muitos deles, idealizados e tocados por influências locais. Essa curadoria não é notada por esses administradores, mas o Instituto Moreira Sales, através do Festival Escuta, vem elucidando e apresentando essas mentes brilhantes. 

Em seu quarto ano de execução, o projeto trabalha todos os tipos de artes possíveis de serem trabalhadas nas favelas, como relatou Jorge Freire, Supervisor de Ações Sociais do IMS, em um breve bato papo. 

Foto: Rah Baixada

“Eu acredito que é fundamental para o processo cultural. Entender cultura como defesa da democracia e também como ampliação do acesso foi o foco desse ano, juntamente com parceiros que atuam nesse campo periférico. Eu acho que tem muito disso nesse curso. Por isso falamos de curadoria, que seria uma das áreas mais especializadas no campo das artes, no geral”. 

Nessa edição, a instituição de contou com uma parceria de peso. O Instituto Maria e João Aleixo trouxe um pouco do que produz ao longo dos anos dentro do Complexo da Maré e demais campos de pesquisa com relação a população periférica e as perspectivas futuras para esse povo. 

“Eu acredito que é importante essa união, pelo fato de o IMJA guardar em sua prática o saber sobre esse povo. O curador é uma figura mítica. Logo, uma figura muito excludente, em um campo muito fechado. Então ao ampliar esse acesso, com o auxílio desses nobres amigos fez e, fará, total diferença nesse e nos próximos anos” acrescentou Jorge.

Com a sensação de que é possível avançar dentro das favelas e demais campos sociais, os organizadores planejam os próximos passos dessa disputa sociocultural, como afirmou Felipe Moulin com relação as vivências trocadas nesses encontros realizados na Formação Escuta. 

Foto: Rah Baixada

“Agente faz junto com o IMS um programa dentro do campo IMS Educa. Nesse campo nos encontramos no Festival Escuta, que reúne artistas periféricos para entender essa estreita relação entre arte e favela. Entramos em parceria na parte de formação, dando rumo aos participantes desse festival. Foram quatro workshops, com fio condutor na curadoria, pois ela exige que a pessoa saiba e veja muita coisa. A construção e o sentido das obras ficam mais claras no olhar curador. Essa relevância e valorização é um exercício de poder no campo de disputa social que pensamos dentro do IMJA” concluiu Felipe. 

Os escolhidos para participar das oficinas foram jovens periféricos, com alguma habilidade artística e atuação no cenário local. Os encontros de “Arte como Trabalho” abordaram temas como: Elaboração de Projetos, Captação de Recursos e Mídias Sociais. 

Foto Osmar Paulino

Os mentores de formação se dividiram em quatro grupos artísticos: Cinema (Milena Manfredini e Ana Júlia), Música (Renan Valle e Pedro Bonn), Literatura (Jessé Andarilho e Daniel Stefani) e Artes Visuais (Jefferson Medeiros e Janaina Damasceno). Os nomes escolhidos trabalharam em dupla para que os participantes pudessem avaliar e compreender óticas diferentes. 

Para entender melhor sobre o Festival Escuta e todas as ações sociais realizadas pelo Instituto Moreira Sales, clique nesse link.

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