A cultura do Estado que entra na favela

Uma notícia passou despercebida pela grande mídia, foi o evento ocorrido no último dia 19 de janeiro, na sede da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa.

Na ocasião, foi assinado entre a Secretária Estadual de Cultura e Economia Criativa Danielle Barros e a presidenta do MUF, Alini Santos, o termo de cessão de uso o 4º andar do CIEP João Goulart.

Um evento importante, real e simbólico para as favelas e periferias da cidade e do estado, onde, depois de 4 anos de negociação, entregou oficialmente uma nova sede para o Museu de Favela do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo – MUF.

“Tínhamos uma contrato no modelo de comodato para ocupar o segundo andar da capela Nossa Senhora de Fátima por 2 anos podendo ser renovado por mais 2 anos, a segunda renovação não aconteceu e com o vencimento do contrato não tínhamos para onde ir foi aí que a Superintendência de Museus nos apoiou pediu a prorrogação do contrato até que tivéssemos para onde ir e seguiu com os processos para a autorização da concessão do espaço, foi um longo processo. No final de 2019 tivemos que sair de lá. Essa é a história, ficamos hospedados numa salinha da Faetec por uns poucos meses, veio a pandemia e tudo parou. Este processo durou 4 anos e meio e hoje finalmente assinamos o termo de cessão”, conta Márcia Souza do MUF.

A importância dessa ação que sempre é uma demanda da atuação dos poderes públicos nas favelas e periferias da cidade que ainda entendem que ação de polícia é o único caminho para uma atuação digna do poder público nestes territórios.

A cultura ciente do papel garante uma nova sede para o MUF que em breve já vai poder receber seus visitantes e realizar suas ações no novo endereço: 4º andar do CIEP João Goulart, localizado na Rua Alberto de Campos, nº 12, Cantagalo – Ipanema.

“Estamos cumprindo o previsto em nosso Plano Estadual de Museus que é o apoio do ERJ aos Museus Comunitários: uma sede para desenvolvimento das ações do Museu de forma legalizada a partir do desempenho e reconhecimento das Instituições” ressalta a Superintendente de Museus da Sececrj, Lucienne Figueiredo.

Não é de hoje que a população quer segurança, mas também cultura e melhores oportunidades de ser e estar na favela que em meio aos eventos polêmicos da cultura política do Estado, podemos citar a mais recente ocupação de favelas com o projeto “cidade integrada” que foi lançado no mesmo dia.

Podemos perceber que outras formas em que o Estado pode ser presente nas favelas e periferias e nessa ação da Sececrj, em atender uma demanda genuína e oriunda da comunidade que agora conta com mais segurança para poder contar as histórias e memórias desse pedaço da cidade maravilhosa!

Espera-se que este ato de escuta, atenção e atendimento das demandas das favelas e periferias, executado pela Sececrj, seja de fato uma cultura do Estado.

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