Um ano a ser jogado no esquecimento – ou não

Ônibus incendiado durante paralisação nacional de 24 horas em 28 de abril contra a Reforma da Previdência em 28 de abril de 2017. (Créditos: Bruno Bou / CUCA da UNE)

Hoje, 1º de janeiro de 2018, o povo brasileiro precisa estar de prontidão para o que vem por aí.

2016 será lembrado eternamente como o ano do golpe civil contra a frágil democracia brasileira. Como bem quis o senador aliado do governo usurpador, Romero Jucá, vimos se concretizar um acordão “com o Supremo, com tudo” e também com a imprensa. Destituíram a presidenta, dando início a um desmonte nos direitos trabalhistas nunca visto antes pelo povo brasileiro.

Veio 2017, e o governo golpista só legislou em causa própria, beneficiando empresários, empreiteiros, banqueiros, multinacionais e afins. Enquanto isso, o país vive a ameaça de voltar ao Mapa da Fome da ONU.

Culpamos principalmente o governo por esses retrocessos, mas a verdade é que nós temos uma grande parcela de culpa por essa situação. Cidades como Rio e São Paulo acreditaram no discurso moralista e antidemocrático dos partidos que ganharam as eleições.

No Rio, colocamos um bispo sem a menor competência e sem a sensibilidade necessária a um prefeito que precisa atender milhões de cidadãos de todas as classes sociais e econômicas. O primeiro ano do governo de Marcelo Crivella foi marcado por uma perseguição odiosa à classe artística carioca. Já começou mal ao nomear para a Secretaria Municipal de Cultura Nilcemar Nogueira. Assim como seu chefe, Nilcemar marca reuniões e não comparece. Quando finalmente aparece em algum compromisso oficial, mente e faz promessas que não são cumpridas.

As áreas de saúde e educação foram as que mais sofreram com os cortes da Prefeitura nessas pastas. Em algumas escolas municipais, falta de merenda a papel para impressora. Nos hospitais, funcionários trabalham sob condições mínimas e a maioria deles está sem receber salários.

Nos próximos 12 meses, teremos eleições para presidente, governador, senador e deputado. Ou o povo acorda de vez e vai para a rua com disposição e coragem para, enfim, dar início a um processo lento e gradual de mudança… Ou 2018 será apenas o terceiro ano seguido de golpe.

Que a chama da rebeldia e revolta esteja acesa em nossos corações!