Vitória: a investigação dos assassinatos de Marielle e Anderson não foi federalizada

Merielle Franco. Imagem: Mídia Ninja.

Nessa semana que está se findando as forças reacionárias desse país sofreram uma grande derrota: a investigação dos assassinatos de Marielle e Anderson não foi federalizado, o que, em tese, permitirá uma maior autonomia para de fato encontrar quem mandou matar Marielle. Digo em tese, porque há muito sabemos que no Brasil a polícia e a justiça por vezes são cegas quando se trata da população negra e pobre.

Vivemos em meio a tantos acontecimentos terríveis, que vão desde os milhares de casos de óbitos do covid-19 até as aventuras irresponsáveis, especialmente das polícias civil e militar nas favelas, que resultam em mortes de inocentes, como foram os casos do assassinato do jovem João Victor, 18 anos, na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e da chacina no Complexo do Alemão, na Zona Norte, onde 13 pessoas foram mortas. Ambos acontecimentos foram nesse mês de maio.

A não federalização do processo investigativo foi uma conquista para as correntes progressistas que lutam por justiça, pois reconhecemos que saber quem são os responsáveis pelo assassinato de Marielle significa fazer justiça por milhares de mortes que ficam impunes no Brasil, especialmente de negras e de negros.

Continuaremos a lutar por justiça, ainda que saibamos que o judiciário tem lado e que não prima necessariamente pelo justo, mas, sim, pela manutenção dos privilégios da corja política elitista e racista que há 500 anos nos governa e que mostra isso nitidamente ao sequer tomar alguma medida quanto aos atos que têm sido denunciados do presidente, do governador e do prefeito, que envolvem irresponsabilidade administrativas, casos de corrupção e etc, etc, etc.

Porém, cada vitória deve ser comemorada e lembrada para que esses políticos saibam que a população não está adormecida, que passamos, sim, por um momento de apatia política, mas que sempre fomos um povo lutador. No contrário, ainda estaríamos na escravidão, na ditadura ou em qualquer outra forma política que vê na aniquilação do povo tido como inimigo a forma por excelência de governar. Viva o povo brasileiro! Viva as forças progressistas!