Vênus lança videoclipe inspirado nos rolês do Rio vermelho

RV AT NIGHT - créditos: divulgação

A cantora soteropolitana, Vênus Não É Um Planeta, 28 anos, lançou o videoclipe do single, “RV AT NIGHT”, com referências do afropop, dream pop, indie e música eletrônica, utilizando as paisagens do Rio Vermelho como cenário, marcando o novo momento para o lançamento do seu primeiro EP.

Produzida por Faustino Beats, a faixa que já está disponível em todas as plataformas, e relembra uma fase de solidão da artista. “Essa música remonta uma época em que me sentia muito solitária mesmo estando rodeada por várias pessoas, como em rolês no Rio Vermelho. Me sentia distante de mim mesma. Estava saindo de um relacionamento desgastado e já não me reconhecia mais. Me sentia vazia”, conta Vênus.

O clipe, dirigido por Jessica Santos, adiciona uma camada visual à narrativa, capturando a atmosfera e emoção da música. A escolha da locação na praia do Rio Vermelho, em Salvador, contribuiu para a conexão entre Vênus e sua cidade natal. “RV AT NIGHT” é um vislumbre do que está por vir no EP “Iridescente”, programado para ser lançado no próximo mês, contendo seis faixas que prometem explorar diversos aspectos musicais. 

“Esse processo foi muito orgânico e muito fluido, eu conheço faustino desde 2019, a gente já fez alguns projetos juntos com o abonk – que é um coletivo de artistas pretos. E quando chegou o momento, não tive dúvidas que era com ele que queria fazer. Nesse processo, a gente não buscou referências externas ativamente e em cada sessão íamos desbravando e encontrando elementos que RV AT NIGHT tivesse essa atmosfera doce. Espero que gere reflexões, boas danças e mudança de paradigmas”, conta a artista.

Vale destacar que RV AT NIGHT é uma música que eu já tinha sido mixada por Vênus anteriormente. A primeira versão apresentava tristeza, melancolia que evocava um olhar para si mesmo, além de apresentar um BPM mais lento, mais devagar com uma atmosfera de introspecção. Já nessa versão, feita para lançar no EP Iridescente, Faustino trouxe uma outra roupagem para música, mais alegre, sem perder o elemento do doce e atmosférico.

Essa música remonta uma época em que me sentia muito solitária mesmo estando rodeada por várias pessoas, como em rolês no Rio Vermelho – créditos: divulgação

Sobre a diversidade sonora, Vênus ressalta que a principal mensagem está no autoacolhimento, já que vivemos de maneira atribulada sem estímulos de uma reflexão.“Pensando na diversidade sonora de Vênus, a principal mensagem, o auto acolhimento, introspecção. No dia a dia, a gente vive num ritmo tão corrido, a gente não é estimulado a dar um pause, mergulhar em si mesmo. Minha mensagem é um convite para um mergulho em si mesmo para o autoacolhimento, para compreensão de quem você é, e qual é o seu propósito na vida, nessa linha do tempo. O que você pode fazer e transformar o seu em torno um santuário, um lugar de tranquilidade , de equilíbrio e crescimento. Então, Vênus Não é um Planeta, tem uma proposta de espiritualidade e imersão, não é necessariamente uma música que vai para algum tipo de metodologia, mas a ideia é que se gere uma atmosfera tão acolhedora, tão gostosa, tão de outro planeta que a pessoa possa fechar os olhos e se deixar levar  e navegar pela sua mente de forma tranquila”.

Mais sobre a artista

Nascida e criada em Salvador, para Vênus a música é algo inato. Em sua infância e adolescência passeou pelos gêneros gospel e erudito, cantando em grupos e tocando trompa na Orquestra Sinfônica do CAS, por 10 anos. Fez sua primeira aparição na cena soteropolitana como cantora, violonista e tecladista na banda de indie rock Cartel Strip Club (2014 a 2018) –  vencedora do Festival Musa de 2017.  

Ainda como Vênus Not Planet, em 2020, a artista lançou seu primeiro álbum colaborativo de música eletrônica, com a SOFTPORN, intitulado: Memória – o qual é inspirado por narrativas e cenários da literatura nordestina. Participou também de dois feats com o artista MAPA: ”Suspiro” (2019), “Olha” (2020).  

Em dezembro de 2023, agora como Vênus Não É Um Planeta, a artista estreia a nova fase de sua carreira com o single “Versão de Teste”, música marcada por referências do reggae, afro pop e synth pop. Harmonias vocais doces e disruptivas são a marca registrada de Vênus. Em 2024, a artista lança seu primeiro EP: Iridescente.

Sobre o cenário musical em Salvador

O cenário artístico para mulheres em Salvador, assim como em qualquer lugar do mundo, ainda tem muita oportunidade para melhorar em termos de respeito à pluralidade.

Como mulher preta, artista da terra, vejo que existem algumas caixinhas pré-estabelecidas para que eu me encaixe e seja aceita mais rapidamente pelo mainstream. Sim, estou falando da sexualização dos corpos femininos.

Quero ser ouvida sem ter que tirar a minha roupa, mas quero ter o direito também de tirá-la quando quiser sem ser desrespeitada, sabe?

Isso é complicado, porque na maioria das vezes não parte do público, mas sim de artistas, homens cis, (aqueles mano egotrip) que descredibilizam o ponto de vista das minas ou minimizam sua obra, a partir da objetificação dos nossos corpos.

Mas isso é muito pequeno diante da grandeza e da pluralidade que pulsa pelas ruas da cidade. Cada dia mais vejo novas vozes femininas, novas artistas independentes como eu, fazendo seu corre conquistando espaços e ouvintes… Porque as pessoas estão sedentas por algo diferente, que fujam do óbvio, e é isso que a gente serve.

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