Veganos pobres: grupo para troca de receitas veganas acessíveis

Créditos - Dhiego Monteiro

A ONU indica a alimentação vegetariana para acabar com a fome no mundo e afirma que a pecuária ameaça a biodiversidade, o acesso à água e a temperatura global. Nessas circunstâncias, o veganismo está chegando na periferia com tudo – onde mais se precisa estar – mostrando que ser vegano não é caro nem difícil. O movimento está deixando de ser elitista e cada dia mais se encontra marcas acessíveis de produtos veganos, além de novos adeptos periféricos provando que ser vegano não depende de classe social.
Caroline soares é da periferia de Guarulhos, São Paulo e criou um grupo no facebook para compartilhamento de receitas veganas acessíveis. A ideia surgiu da falta de representatividade para o povo pobre e periférico, em um movimento que infelizmente a maioria que tem voz ainda são ativistas elitistas, não conduzindo assim com a realidade dela e de muitos. O grupo mostra o veganismo real, acessível para todos, com receitas fáceis e a baixo custo. Segundo ela, o movimento mostra que devemos respeitar outras vidas e que para comer bem não temos que gastar muito e nem precisamos de carne, ovos, leite e outros derivados no prato.
Caroline conta que o grupo ajuda muitas pessoas, como o caso de uma mulher que a abordou em uma feira vegana falando que após encontrar o grupo se tornou vegana pois viu que o estilo de vida era acessível de fato. Atualmente o grupo conta com 89.868 membros e para além desse projeto, Caroline também administra uma conta no instagram que é uma continuação do grupo, pois lá ela fala não só de receitas, mas outros produtos e tira dúvidas dos seguidores. O perfil é um espaço para mostrar a sua vivência de vegana e pobre e assim ajudar outros.
Ela parou de comer carne há 10 anos e de consumir outros derivados de animais há quase 5 e  conta que sua mãe, que não é vegana, diz que sai mais barato ser vegano pois deixa-se de consumir muitos alimentos e produtos que se descobre ser dispensável. Depois que Carolina se tornou vegana, acabou por se alimentar melhor, pois passou a pesquisar a composição do que consome e aprendeu a cozinhar mais em casa.
Para finalizar, uma contribuição de Caroline, onde fala da importância social do seu projeto, tendo sido criado por alguém com o histórico de pessoa periférica: “Para mim veganismo é única e exclusivamente em prol dos animais, não de humanos, mas reflete na visão social, afinal a carne é apenas status, poder. Já me perguntaram se eu não tinha dinheiro para comprar a famosa ‘mistura’ por só levar vegetais na marmita; outra vez eu com menos de 2 semanas na empresa, uma mana levou carne separado para mim, por ver a minha marmita e achar que não tinha carne por falta de grana. Assim eu percebo que a pessoa pode viver de salsicha, mas na marmita tem que ter aquele bife, se não é tachado de pobre, favelado etc… e o veganismo vem de contra tudo isso.”
Instagram de Carolina: @logoeu_veganapobre
Link para o grupo “Veganos Pobres Brasil”: http://facebook.com/groups/1684287108556350