Vaquinha virtual busca auxílio para catadores de material reciclável do RJ

Vakinha Catadores do Carnaval pretende arrecadar 22 mil para auxílio financeiros das cooperativas e seus catadores. Foto: Boomerang Soluções Sustentáveis.

A Boomerang/EA Soluções Ambientais, que atua há 8 anos na coleta seletiva dos maiores blocos de rua do Carnaval do Rio de Janeiro, criou uma vaquinha virtual para ajudar catadores de material reciclável do Rio de Janeiro.

O financiamento receberá doações até 03 de março. Todo o dinheiro da Vakinha para os catadores será dividido igualmente pelas Cooperativas que atuaram no Projeto Coleta Seletiva do Carnaval de Rua do Rio de Janeiro 2020.

Doe qualquer quantia através do site: Catadores do Carnaval | Vaquinhas online (vakinha.com.br). 

Para saber mais sobre o projeto, acesse: Carnaval de Rua do Rio de Janeiro 2020 – YouTube https://boomerang.eco.br/2020/07/22/carnavalderua/ instagram.com/boomerangsolucoesambientais

Sem carnaval várias cooperativas de material reciclável precisaram se reinventar em tempos de Covid-19. Foto: Reprodução Boomerang Soluções Ambientais.

Dificuldades durante a pandemia

Em 2020, a pandemia mundial causada pelo coronavírus chegou surpreendendo toda a população. Consequentemente boa parte dos indivíduos tiveram suas vidas afetadas tanto profissional quanto pessoal. No Rio de Janeiro, o famoso ano novo em Copacabana não aconteceu na virado para 2021, preocupando trabalhadores que vivem inteiramente do financiamento de eventos. 

O isolamento social estabelecido para uma massa da população que depende da rua para garanti o sustento tem sido motivo de preocupação a muitos trabalhadores. Tendo a internet como aliada para surgirem soluções propositivas como anúncios de emprego, dicas de marketing digital e financiamento coletivo. Essas e outras ideias são executadas por quem está na ponta e conhece a história de luta da precarização da mão de obra no país.

A organização trabalhou em conjunto com 22 Cooperativas de Reciclagem do Rio e Grande Rio, coletando 35,2 toneladas de resíduos dos 40 maiores blocos que desfilaram por nossa cidade, diversos pontos de venda e caminhões de abastecimento aos ambulantes.

O gestor de projetos e marketing na empresa sustentável, Bruno Gerk, explica o que mudou no seu trabalho em período de pandemia, já que estavam adaptados a trabalhar em diversos festas populares, como o torneio de tênis Rio Open, Bienal do Livro, entre outros: 

“O impacto para a gente foi muito grande, porque a Boomerang era toda voltada para eventos. Normalmente fazia gestão de resíduos de grandes eventos, consultoria ambiental e fornecia mão de obra como limpeza, carregadores, apoio. O segmento de eventos foi o primeiro a ser impactado – já que o evento vive de aglomeração e acreditamos que será o último a voltar e ser restabelecido”.

Bruno, também comenta sobre a dificuldade financeira da instituição. “Todas as fontes de receita secaram de uma hora para outra, teve que ter readequação de pessoal, enfim foi bem complicado. A partir disso a gente começou a fazer outros projetos, estamos entrando em resíduos em condomínios, alguns projetos proprietários, diversificando um pouco para fugir dessa parte de eventos e não ficar tão dependente já que fazíamos os maiores eventos do Rio e alguns do Brasil. O prejuízo foi muito grande.”

No centro da imagem Bruno Gerk em atividade com trabalhadoras de material sustentável. Foto: Frederico Vreuls.

Como driblar a crise? 

Uma ideia de auxílio criada por Bruno e sua equipe de trabalho foi criada a vakinha virtual para arrecadar fundos aos catadores de material reciclável e colaborar nesse período difícil. 

“Fizemos essa vaquinha para tentar minimizar esta situação financeira dos catadores. O carnaval sempre foi uma excelente fonte de renda, porque a cidade ficava muito cheia e o consumo de todo tipo de bebida era muito grande. Era uma renda muito importante porque eles (os catadores) recebiam a diária do bloco trabalhado, incluídos a alimentação e o transporte e pagamos (Boomerang) o frete dos caminhões das cooperativas e as que não tinham como levar seus materiais pegávamos de outra.

Os cooperados conseguiam saldar algumas dívidas, pagar IPVA ou regularizar alguma situação do caminhão, a renda dos cooperados ainda era aumentada, muitos conseguiram comprar material escolar para os filhos e alguns ainda guardam para fazer décimo terceiro. Os catadores de material reciclável sempre foram uma classe marginalizada da sociedade, sem muita importância e sem muita visibilidade, não só dos governantes – caso que é bem complicado, mas da população em geral as pessoas não se ligam e não dão valor a esse tipo de serviço. São eles de fato que fazem a logística reversa e toda essa economia circular, tudo passa pelas cooperativas. Os catadores têm um papel muito importante na sociedade, fundamental para a sustentabilidade do planeta e são pouco valorizados”.

São nas mãos dos catadores que a cidade carioca se mantém limpa em grandes eventos. Foto: Boomerang Soluções Sustentáveis.

A coleta seletiva ainda é um trabalho incansável e pouco valorizado. Vamos mudar essa realidade