Um ser humano foi arrastado nas ruas, pela PM do Estado do Rio de Janeiro.

1932383_619302981472707_1575849725_n

foto: Jornal A Nova Democracia.

Me perdoem aquelas pessoas que acessam redes sociais para verem posts coloridos ou engraçados. Hoje não consigo postar isso. Por quê? Um ser humano foi arrastado, como…como não sei. Não imagino alguém fazendo isso nem com um animal!
A polícia Militar do estado do Rio de Janeiro demonstrou claramente (e mais uma vez), o quanto é Racista. O quanto menospreza a vida dos Seres Humanos negros, pobres, que moram em favelas. A Segurança Pública do estado escancarou uma verdade: ela não é pública, mas sim, seletiva! Seleciona quem é “matável”, quem ela acha que pode maltratar sem dar satisfação. E essa política de Estado, que me dá nojo, fez mais uma vítima. Assassinaram uma mulher negra, pobre, da favela, seu crime? Saiu de casa para comprar pão com 6 reais no bolso. Uma trabalhadora, a auxiliar de serviços Cláudia da Silva Ferreira, que morreu após ser atingida por uma bala perdida no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio. negra, favelada. Morreu, ao ir comprar pão, com seus seis reais no bolso. Talvez seu único dinheiro do dia.

A polícia é a mão armada do Estado. Nessa disputa política, sociedade civil, Estado e mercado, a quem a política pública de segurança atende? Quais os interesses atende? Os interesses dos trabalhadores? Os dos pobres, pretos e favelados?
Quem é que paga por isso? Por essa polícia treinada para o extermínio da população, que acaba acendendo um barril de pólvora por dia.

Em declarações à imprensa o filho disse:
“Quando sai, minha mãe já estava jogada no chão, ensanguentada. Perguntei para os policiais o porque de eles terem atirado na minha mãe. Eles não falaram nada.”

Nada… Simplesmente o silêncio se fez presente na boca desses policias fascistas, mas TODOS nós sabemos o motivo pela morte dessa empregada doméstica, era negra, pobre, moradora da favela, não era branca, classe média, pois se fosse esse ato totalmente cruel não teria acontecido…

E o marido de Cláudia disse algo comovente: “Arrastaram o corpo da minha mulher como se ela fosse um saco. A perna dela ficou toda em carne viva. Não podiam ter feito isso com ela… Ela era trabalhadora, não bandida. Não sei por que fizeram isso com ela.”
Eu pergunto a quem arranja desculpas para todo ato de Racismo. Seja sincero:
Se fosse uma moradora branca, de classe média, da Zona Sul do Rio, vitíma de um tiro, a PM trataria da mesma forma que tratou a moradora de favela, negra, pobre, da Zona Norte? Infelizmente, os policiais são treinados para perder a compaixão e agir com truculência e faz isso principalmente, com o povo pobre e negro. É o olhar de “Capitão-do-mato”, a guiar suas ações.
A Claudia, além dos 4 filhos, era responsável por mais 4 sobrinhos. Quem será responsável por eles agora? O Estado que a assassinou?
Queremos a resposta ao eco desse grito de pavor e contra a arbitrariedade, que não se cansa de dar o tom nesses momentos.
Um ser humano foi arrastado nas ruas, pela PM do Estado do Rio de Janeiro.
Um ser humano foi arrastado nas ruas, pela PM do Estado do Rio de Janeiro.
Um ser humano foi arrastado nas ruas, pela PM do Estado do Rio de Janeiro.