Um ano no qual o que se diz pela manhã, já não vale pela tarde

2019 está sendo um ano muito controverso e começa com uma questão que coloca em risco a paz mundial: a partir de então, meninos vestem azul e meninas vestem rosa. Diante de questões tão complexas como esta e inseguro com as consequências de uma cusparada, o Deputado Jean Wyllys desiste do mandato e do Brasil.

É um ano em que a vida não “Vale” muita coisa diante da barragem de Brumadinho ou por descasos como o que interrompe o sonho de dez jovens no Ninho do Urubu (Centro de treinamento do Flamengo).

Um acidente aéreo silência o âncora brasileiro mais ouvido nas manhãs no rádio e a noite na TV, Ricardo Boechat.

Nada supera um ano onde uma família do barulho (pow, pow, pow), teve destaque com envolvimento em milícias, suspeita de envolvimento em assassinatos, birras e sandices ditas nas redes sociais por seus filhos, “Huguinho, Zezinho e Luizinho” com declarações ditas, e negadas logo após, pelos mesmos e sua trupe.

Em um ramal de Deodoro, no Rio de Janeiro, dois trens colidem e o maquinista preso entre as ferragens não resiste a sete horas de resgate. Já em uma escola de Suzano – SP, um dia de fúria deixa oito mortos, entre eles os atiradores.

A lava Jato prende o ex presidente eleito após golpe e, após quatro dias, a mesma corte o solta por Habeas Corpus. Depois o prende de novo e volta a soltá-lo, tudo em questão de dias e por Habeas Corpus.

A chuva castiga São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro e, como se não bastasse as cidades não estarem preparadas para estas catástrofes de todos os anos, dois prédios desabam no Muzena e expõem a falta de administração pública.

Uma blitz sem palavras mas com o barulho de longos 80 tiros interrompe a vida de um músico e um coletor de materiais reciclados. Mais impunidade!

Um ano onde as mulheres, infelizmente, mais uma vez foram alvos da violência masculina.

Claro que o ano teve coisas boas, porém, as marcas mostradas servem para a reflexão da conduta do ser humano na sociedade. Quanto custa uma vida ou várias vidas somadas?

* Matéria publicada no Jornal A Voz da Favela, edição de dezembro 2019