Um ano de ações contra a Covid-19 no Santa Marta

Como estão os trabalhos de sanitização na favela depois desse tempo?

Legenda: Durante um ano o grupo realizou mais de 120 desinfecções na favela Santa Marta. _ fotos: André Coelho

Para tentar frear a propagação da Covid-19 na favela Santa Marta, em Botafogo, em Abril de 2020 o líder comunitário e guia de turismo, Thiago Firmino, formou uma organização com os moradores para sanitizar, desinfetar os becos e vielas. Na época, o bairro tinha apenas 36 casos da doença. 

A iniciativa, até hoje, conta apenas com doações, por isso a dificuldade de permanecer com a mesma frequência de higienização. De acordo com Firmino, no início acontecia quartas e sábados. Hoje, por falta de recursos, só estão trabalhando aos sábados e avaliam se vão continuar porque não têm como manter e os voluntários voltaram a trabalhar. “No pico do ano passado ajudamos a preservar muitas vidas. Fomos exemplo para outras favelas, que vieram aprender conosco como fazer a sanitização. A ação não combate apenas o coronavírus, mas outros patógenos como bactérias, fungos, vírus, ácaros e até vírus que causam danos aos animais da favela. A proposta é tornar o ambiente saudável, com a carga bacteriológica baixa”, completa.

foto: André Coelho

Uma vaquinha está acontecendo na internet e estimulando a doação para manter o trabalho da equipe que, agora, além da sanitização no espaço, também faz doações de alimentos para os moradores em situação de maior vulnerabilidade dentro da favela Santa Marta. 

Apesar do esforço, Firmino lamenta a falta de consciência da população local que, segundo ele, não tem colaborado. “As pessoas andam sem máscara, rolam eventos com muita aglomeração. É um absurdo, em período de contaminação com níveis altíssimos”, afirma. 

Quem também não colabora com o trabalho é o poder público do Rio de Janeiro, tanto o governo do Estado quanto a prefeitura estão longe do grupo. Para o líder comunitário este patrocínio faz muita falta nas favelas que têm essa atividade. Ele acredita que os voluntários poderiam receber apoio financeiro da prefeitura. 

Para Firmino, o investimento poderia se estender para mais treinamentos, por exemplo. Mas não se dá por satisfeito apenas com essa ação de sanitização. Para ele, falta dar prioridade de vacinas para as favelas. “Somos um aglomerado de pessoas, as casas são muito próximas, deveríamos estar incluídos no grupo prioritário”, reitera. 

Apesar das faltas que Firmino relata, o que não falta para ele é esperança: “Mesmo sem patrocínio e apoio a gente quer seguir, mas vamos reavaliar se conseguiremos”. 

Para coloborar com a ação, entre em contato com Thiago Firmino pelo telefone (21) 99177-9459 ou  doe através do link: https://benfeitoria.com/santa-marta-contra-o-covid19-ehw

matéria publicada originalmente no jornal A Voz da Favela, edição de Maio 

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