MC Taya representa e incentiva o protagonismo da mulher preta

Nascida e criada em Nova Iguaçu, no subúrbio do Rio de Janeiro, Tatiane Pereira de Oliveira Gomes, 30 anos, conhecida por MC Taya, descobriu sua paixão por música quando criança. Aos 12 anos começou a tocar baixo. Na adolescência teve bandas de rock e depois ficou um longo tempo afastada da música. “Me decepcionei com o racismo que enfrentei. Me diziam que se eu fosse funkeira ou sambista seria mais fácil”, diz a artista.

Após a pausa na carreira, Taya passou e refletir em como os gêneros musicais influenciam na maneira como as pessoas se vestem e se propôs a estudar moda. Após se formar, ganhou reconhecimento na internet com conteúdos sobre feminismo negro e estética. Passou a ser requisitada para trabalhar com figurino com nomes como Iza, Mumuzinho, Dream Team do Passinho, Lelê.

Em meio ao destaque nas produções de conteúdo e nos estilos, a artista mantinha o sonho de trabalhar com música. Mesmo atuando no meio corporativo, ela foi incentivada por Preta Gil a resgatar sua trajetória como cantora. E em 2019 lançou sua primeira música, Preta Patrícia, que vai de encontro ao movimento Afropaty.

O que é Afropaty?

Preta Patrícia ou Afropaty é um apelido que não tem a ver somente com poder aquisitivo, como ocorre com as tradicionais “patricinhas”. O movimento busca empoderar a mulher negra e ressaltar traços que, por muitos anos, foram marginalizados, como o cabelo crespo ou cacheado. “Lancei a música Preta Patrícia e fui uma das precursoras da estética no país, com meus posts sobre moda e estética da cultura da mulher negra”, diz Taya.

Atualmente a artista mora no Largo do Arouche, centro de São Paulo e divide o tempo entre o trabalho como MC, funkeira, rapper e comunicadora. Ela vem construindo seu legado na música e em relação à valorização das mulheres negras.

“O tema afropaty não pode ficar só no local raso, resumido a um movimento estético, como vemos por aí. É preciso entender todo o contexto histórico para isso acontecer hoje”, disse.

Levantando a bandeira do empoderamento

Empoderamento e representatividade são encontrados também no primeiro EP da carreira, na qual ela conta sua história inspirada na personagem dos quadrinhos Betty Boop, trazendo referências do funk, rap, rock e trap.

O nome de um dos hits, Betty, representa mulheres que são as protagonistas das próprias histórias, que sabem o que desejam e que conquistaram sua independência em todas as áreas da vida.

“Sou uma mulher preta empoderada esteticamente, intelectualmente e financeiramente”, afirma Taya.

Gostou da matéria?

Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.

Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas

Conheça nossas redes sociais:

Instagramhttps://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/

Facebookhttps://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas

Twitterhttps://twitter.com/noticiasfavelas