Trabalhadores terceirizados da UERJ paralisam elevadores.

Elevador-parado

Trabalhadores e alunos tiveram que usar escadas para ter acesso aos 12 andares da Uerj na manhã de segunda-feira (13/04). Os funcionários da empresa Construir , terceirizada responsável pelos serviços de conservação, limpeza e operação dos elevadores da universidade, paralisaram suas atividades em resposta ao atraso do pagamento do mês de março, que deveria ter sido feito até o último dia 08 de abril.

Em entrevista, um trabalhador lotado no setor de manutenção da empresa Navele (outra firma que presta serviços terceirizados para a Uerj), que preferiu não se identificar, afirmou que a situação dos funcionários dessa empresa é ainda pior. Segundo ele, já são cinco meses sem receber.

Segundo os trabalhadores terceirizados da Construir, a paralisação será por tempo indeterminado, até que a empresa, a Administração Central da Uerj e o Governo do Estado regularizem os repasses e pagamentos de salários.

A terceirização que precariza o trabalho na Uerj.

“De acordo com a professora e diretora da Associação Docentes da Uerj (Asduerj), Juliana Fiuza, esse problema é sistemático e acontece desde o ano passado. “A direção da Uerj diz que não tem corte orçamentário, mas estão sem pagar os terceirizados. Semana passada, apenas dois dos elevadores estavam funcionando. Hoje, parou tudo. Não sei se a universidade vai conseguir manter as aulas. Além disso, há banheiros sem porta, sem água. Os funcionários da empresa terceirizada Inavele, que cuida da manutenção hidráulica, também estão sem receber o salário”, contou.”

Segundo o site do SINTUPERJ, os atrasos de salários e demais direitos trabalhistas dos trabalhadores da Construir e demais empresas terceirizadas prestadoras de serviços à Uerj é uma recorrente nos últimos meses. Durante todo o ano de 2014 os contratados das empresas Construir, Dinâmica, Inavelle e outras sofreram com atrasos em seus salários, Vales-Transporte, Auxílios-Alimentação e contribuições.

A situação se tornou insustentável no mês de dezembro, quando os atrasos de salários provocaram uma série de manifestações dos trabalhadores da Construir no pavilhão João Lyra Filho. Revoltados com a falta de informações sobre os pagamentos de seus salários por parte da empresa terceirizada, da Administração Central da Uerj e do Governo do Estado, os empregados da terceirizada espalharam lixo pelos corredores do campus Maracanã, fato este que provocou inclusive o adiantamento, por parte de reitor, do recesso de final de ano do dia 19 de dezembro para o dia 17. Durante o recesso, a reitoria proibiu a entrada dos trabalhadores da Construir no campus, mesmo após o início das negociações entre o sindicato representativo e a Administração Central da Uerj, e contratou outra empresa para realizar o serviço de limpeza no pavilhão João Lyra Filho.

No dia 21 de janeiro deste ano, os trabalhadores da Construir paralisaram novamente as atividades, para chamar a atenção da comunidade uerjiana sobre sua situação de abandono. Setores da universidade se mobilizaram durante este período e fizeram campanhas de doação de alimentos, já que muitos trabalhadores e suas famílias estavam até sem ter o que comer.

A terceirização e a precarização dos trabalhadores na Uerj mostra sua face mais cruel em um momento emblemático: na noite deste dia 08 de abril, em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou por 324 votos a favor, 137 votos contrários e duas abstenções, o texto principal do projeto de Lei que regulamenta os contratos de terceirização, um ataque direto às conquistas históricas dos trabalhadores existentes na CLT.

Os trabalhadores da empresa estão programando  uma reunião, no campus Maracanã da Uerj, e se encaminha também ao Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado, para reivindicar que a administração estadual realize o repasse financeiro que garante o cumprimento das obrigações trabalhistas da Construir.

fonte: página do Facebook do Sintuperj